Atualizado às 20 horas
O Boeing 737 da Vasp, prefixo PP/SMG, que fazia a linha Foz do Iguaçu-Curitiba, foi seqüestrado por oito homens hoje à tarde e o piloto forçado a descer em uma fazenda no município de Porecatu, no norte do Paraná. Os seqüestradores roubaram malotes com R$ 5 milhões, que estavam no compartimento de carga. Os 66 passageiros e seis tripulantes dos avião saíram ilesos. O grupo, armado com com fuzis e metralhadoras, também levou objetos pessoais dos passageiros. Eles deixaram o avião em Porecatu e fugiram em uma caminhonete Ranger. O avião seqüestrado seguiu e aterissou em Londrina, às 16h30. O Instituto de Criminalística e a Polícia Federal começaram a fazer uma perícia no interior do avião no fim da tarde. Havia a informação, não confirmada, de que um tiro foi disparado pelos criminosos dentro do avião.
O soldado Gilmar de Jesus, do destacamento da Polícia Militar de Porecatu, explicou que os moradores da cidade, quando viram o Boeing pousar, logo pensaram no pior. "Um avião desse tamanho jamais desceu em Porecatu e coisa boa não era", afirmou o policial militar. Localizada a 90 quilômetros de Londrina, a cidade tem poucos policiais civis e militares. Qaunado souberam do assalto ao avião, todos saíram à procura da caminhonete Ranger que teria sido usada pelos ladrões para a fuga.
Embarque
Aos policiais de Porecatu, o piloto e os tripulantes do avião informaram ter sido dominados por cinco assaltantes assim que o avião decolou de Foz do Iguaçu. Eles embarcaram em Foz do Iguaçu e, segundo o piloto, um dos homens deu orientação de onde descer, disse que conhecia bem o aeroporto e a cidade de Porecatu.
O policial militar relatou que o comandante tentou argumentar com o assaltante, dizendo que a pista era pequena para a descida de um Boeing e todos poderiam morrer. "O ladrão mandou aterrissar porque sabia que além de descer o avião também poderia levantar vôo novamente", contou o policial militar.
Investigação
A delegacia da Polícia Federal em Londrina mandou seis agentes para Porecatu. As investigações serão chefiadas pelo delegado João Luiz do Prado e a coordenação deverá ficar a cargo da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba.
Retrato falado
Prado ouviu a tripulação e os passageiros nas dependências do aeroporto de Londrina. Um perito da Polícia Federal de Curitiba foi mandado para Londrina para fazer o retrato falado dos assaltantes. A Polícia Civil de Londrina também está colaborando. O delegado Prado explicou que álbuns com fotografias de ladrões de bancos serão mostrados aos tripulantes e passageiros para tentar identificar alguns dos assaltantes.
Segundo Prado, os ladrões tinham todas as indicações do envio de malotes com o dinheiro e sabiam a rota do avião da Vasp. A polícia de Londrina está investigando a hipótese de funcionários do aeroporto de Foz do Iguaçu estarem envolvidos com o seqüestro.
A base da companhia aérea em Londrina informou, às 19 horas, que iria providenciar o embarque dos passageiros do Boeing seqüestrado para São Paulo, onde eles deveriam ser embarcados em aviões de outras empresas para os seus destinos. O avião saiu de Foz do Iguaçu com destino a Curitiba (PR). Depois seguiria para o Rio (RJ) e São Luís (MA).
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