O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem seu filho Paulo Henrique das acusações de fazer lobby com ministros para empresas da iniciativa privada e aceitou as justificativas do chefe do gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, por ter autorizado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a investigar o caso. As denúncias foram divulgadas no fim de semana pela revista Veja. Fernando Henrique negou que seu filho faça lobby em Brasília. “Paulo Henrique trabalha em uma organização não-governamental voltada para a defesa do meio-ambiente, ligada à iniciativa privada, o que lhe deixa afastado dos assuntos do governo”, disse. “Existem ministros, como (José) Serra (da Saúde) e Paulo Renato (da Educação), que ele conhece desde criança.”
O presidente disse que Cardoso justificou as investigações da Abin envolvendo seu filho. O presidente contou que o general lhe explicou que o empresário que acusava Paulo Henrique foi procurado pelos agentes porque poderia estar chantageando o governo.
“Eu recebi três cartas (do empresário) insinuando que uma licitação havia sido decidida em benefício de uma empresa para a qual o Paulo Henrique trabalhava”, disse Fernando Henrique. “O general falou que enviou os agentes para obter mais informações sobre as acusações, não se tratou de bisbilhotagem”.
O presidente falou sobre o assunto, ontem à noite, em entrevista ao jornalista Boris Casoy, durante o programa Passando a Limpo, da TV Record.