Estamos gastando mais em energia solar do que na produção de petróleo pela 1ª vez
Em 2022, para cada dólar gasto em combustíveis fósseis, US$ 1,70 foi para energia limpa. Há cinco anos, as duas fontes recebiam o mesmo
Pela primeira vez na história o mundo está investindo mais em energia solar do que na produção de petróleo. Quem diz é a Agência Internacional de Energia, que acaba de publicar seu relatório anual sobre investimento global em energia.
Em 2013, a produção global de petróleo movimentou US$ 636 bilhões em investimentos, enquanto a energia solar captou US$ 127 bilhões. Dez anos depois, são US$ 371 para o petróleo e US$ 382 para a energia solar.
O relatório mostra uma tendência geral no crescimento do financiamento em energias limpas. Em 2022, para cada dólar gasto em combustíveis fósseis, US$ 1,70 foi para energia limpa. Apenas cinco anos atrás, as duas fontes recebiam quantias similares de investimento.
"A recuperação da pandemia de Covid-19 e a resposta à crise global de energia deram um grande impulso ao investimento global em energia limpaA recuperação da pandemia de Covid-19 e a resposta à crise global de energia deram um grande impulso ao investimento global em energia limpa", diz a agência.
O crescente domínio da energia limpa é ainda mais evidente quando se trata de energia solar e energia eólica, mas setores como o de carros elétricos também estão crescendo rapidamente: os gastos passaram de US $ 29 bilhões em 2020 para US $ 129 bilhões esperados em 2023.
Gastos com baterias para armazenamento de energia devem dobrar entre 2022 e 2023.
Caminho longo à frente
Os números podem ser animadores, mas o caminho para atingirmos um modelo de produção e consumo de energia sustentável ainda é longo.
Segundo a Agência Internacional de Energia, para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais e evitar os piores impactos da mudança climática no planeta Terra, precisamos zerar nossas emissões líquidas por volta de 2050.
E para atingirmos essa meta, o órgão calcula que o investimento anual precisa ser atingir US$ 4,5 trilhões em 2030 — quase o triplo dos gastos atuais.