Por que astrônomo de Harvard diz que asteroide é nave alienígena
Objeto interestelar visto no espaço em 2017 é asteroide para cientistas; mas, na visão do astrônomo Avi Loeb, teria origem extraterrestre
O objeto interestelar Oumuamua — que, em havaiano, quer dizer “mensageiro de longe que chega primeiro” — passou pelo Sistema Solar em 2017 e deixou a comunidade científica especulando sobre suas origens. O astrônomo Avi Loeb, da Universidade Harvard, considera que ele pode ter origem alienígena. Em uma entrevista recente, ele rebateu um estudo que procurou desfazer seus argumentos.
A 30 milhões de quilômetros da Terra, Oumuamua passou pelo planeta em uma trajetória altamente hiperbólica, ou seja, com velocidade mais que suficiente para escapar da atração gravitacional da Terra.
De formato oblongo e cor avermelhada, o objeto foi inicialmente classificado como cometa, depois, como asteroide. Em 2021, Loeb escreveu um artigo argumentando que o objeto poderia ter atingido altas velocidades a partir de uma vela solar — uma película capaz de propulsionar uma nave usando a pressão da radiação da luz — e que esta teria sido criada por uma civilização extraterrestre.
No começo de setembro, um grupo internacional de pesquisadores apresentou um estudo, aprovado para publicação na revista "Astronomy & Astrophysics" e revisado por pares. A equipe descreveu como improvável a possibilidade de Oumuamua ter uma vela solar, pois, se tivesse, ele deveria ter uma superfície plana com variações na luminosidade. Em alguns momentos, ela ficaria escura; em outros, refletiria mais luz do que a que foi vista durante sua passagem em 2017.
“A dinâmica de uma vela solar intrusa, se ela existir, tem assinaturas observacionais distintas, que podem ser quantitativamente identificadas e analisadas com nossos métodos em pesquisas futuras”, diz um trecho do estudo.
A conclusão da pesquisa, entretanto, não dissuadiu Loeb. "Há alguns pontos que os autores deixaram passar", disse o astrônomo ao "The Daily Beast" nesta semana. Ele afirmou que a vela não precisa ser plana, mas poderia ter outros formatos. Além disso, a nave poderia nem mesmo precisar de uma vela e ganhar velocidade usando outro tipo de sistema de propulsão.
Apesar de não haver um consenso sobre Oumuamua, os cientistas concordam que os equipamentos e tecnologia que temos hoje não são suficientes para dar uma resposta definitiva a este caso. Com avanços nessa área, será possível identificar corretamente o próximo objeto misterioso que cruzar o Sistema Solar no futuro.