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Chega na próxima semana a São Paulo o 8.º Anima Mundi. É a maior celebração no País - e já uma das principais do mundo - de um gênero que, até décadas atrás, ganhava a designação simplista de desenho animado, ou seja, era coisa para crianças assistirem nos programas infantis matinais. Hoje, a animação tornou-se uma inesgotável fábrica de fazer dinheiro, apoiada principalmente nas múltiplas ferramentas fornecidas pelos avanços tecnológicos dos últimos anos. Este ano o festival recebeu cerca de 300 produções de 32 países, que serão exibidas entre os dias 26 e 30 de julho, no Museu da Imagem e do Som (MIS) e no Espaço Cultural Fiesp. A exemplo dos anos anteriores, o Anima Mundi está passando primeiro pelo Rio. Em seus quatro primeiros anos, o festival - patrocinado pela Petrobras - foi realizado apenas na capital carioca, abrigada pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A partir de 1997, porém, os organizadores estenderam o evento a São Paulo. Esta edição do Anima Mundi repete a maciça participação de filmes estrangeiros nas diversas categorias que compõem o Anima Mundi. Para integrar a mostra oficial, vieram produções de países como Alemanha, Inglaterra, Bulgária, Croácia, Austrália, França, Portugal, Japão, Luxemburgo e Estados Unidos, entre outros. O Brasil tem seis produções nesse segmento: Alma em Chamas, de Arnaldo Galvão; A Dança do Acasalamento, de Otacílio D'Assunção, Chifre de Camaleão, de Marcelo Fabri Marão, Deus É Pai, de Allan Sieber; Dois, de Marcos Magalhães; e Entrevista com o Morcego, de Dustan Oeven e Moisés Cabral. Temática A grande vedete do Anima Mundi 2000 é, sem dúvida, a exibição do filme O Velho e o Mar (The Old Man and the Sea), do russo Alexander Petrov, vencedor do Oscar de melhor curta de animação este ano. A obra é um belíssimo e lúdico prelúdio sobre a vida de Ernest Hemingway, feito com técnica de pintura sobre vidro. "É um trabalho ímpar, pura arte em movimento", elogia César Coelho. Petrov estará no festival participando do Papo Animado, ao lado de Lionel Fages (representantes da produtora francesa Ex Machina), do norte-americano Iain Harvey e do brasileiro Otto Guerra. O Papo Animado é apenas uma das atividades à disposição do público durante os cinco dias de Anima Mundi em São Paulo. Além das várias mostras (Oficial, Computação Gráfica, Infantil, Vídeo Brasil, Curtas em Vídeo, O Que Vem para TV e Portfólio), serão realizados workshops, oficinas e palestras com profissionais da área do Brasil e do exterior, entre eles Iain Harvey, criador de obras-primas da animação como Snowman e When the Wind Blows, este último baseado no livro de Raymond Briggs e com trilha sonora de David Bowie. Segundo Coelho, entre as novidades deste Anima Mundi está a exibição de alguns dos melhores comerciais britânicos, uma das mecas da animação mundial. "É um país cheio de pequenos estúdios, que fazem um trabalho pioneiro e de vanguarda", diz o diretor do festival. Serão exibidos também curtas-metragens da produtora portuguesa Filmógrafo, principal representante da evolução do mercado daquele país nos últimos anos, impulsionada por filmes como Os Salteadores, de Abi Feijó; Ovo, de José Miguel Ribeiro e Pierre Bouchon; e Gatofone, de Pedro Serrazina. Destaque também para a inédita mostra de longas-metragens, na qual serão exibidas obras clássicas do gênero como o japonês Ghost in the Shell, com direção de Mamoru Oshii; The Iron Giant, do norte-americano Brad Bird; e When the Wind Blows, de Iain Harvey. O Anima Mundi é hoje um alento, um oásis para um gênero que cresce a cada dia no Brasil, mas não encontra ressonância no mercado consumidor. Em países do dito Primeiro Mundo, é um filão inesgotável e fonte constante de lucro. Não fosse assim, megaestúdios como Fox, Warner, United International Pictures e DreamWorks não investiriam tanto no gênero como vem ocorrendo nos últimos anos. Sem falar, é claro, da Disney. Leia mais:
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