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Rio veste gala para a noite de Terence Davies



Como no Festival de Cannes, a tenue de soirée será indispensável. Os cariocas vestem-se de gala, os homens de black-tie, as mulheres de longo, para a festa de abertura do Festival do Rio BR, que deve transformar, hoje, a Cinelândia no território do glamour. O festival será inaugurado às 20 horas no cine Odeon BR, especialmente restaurado para esta noite de brilho.

O filme escolhido é A Essência da Paixão (The House of Mirth), que Terence Davies adaptou do romance de Edith Wharton. O diretor inglês estará presente ao evento.

Hoje é a abertura solene para convidados. A partir de amanhã, começa a maratona para o público. O 2º Festival do Rio BR enquadra-se, como poucos, na definição "maratona". Até o dia 18 serão exibidos cerca de 400 filmes, distribuídos por mais de 20 mostras que serão exibidas em 30 salas, no maior circuito já formado para abrigar um festival de cinema no País. O gigantismo dá a tônica do Festival do Rio, que incorpora o BR ao nome para destacar o patrocínio da Distribuidora BR, que investiu R$ 3 milhões na realização.

Algumas das 20 seções já são conhecidas do público do festival, que resulta da fusão do Rio Cine e da Mostra Rio. Panorama do Cinema Mundial, Expectativa 2000, Mundo Gay, Midnight Movies, Première Brasil, tudo isso já é conhecido. As novidades são a Première América e as mostras Ventos do Oriente, Geração Futura e Via Digital. Outra novidade é o fato de que a Première Brasil, seção do festival que exibe só filmes brasileiros inéditos, este ano passa a ser competitiva. O júri popular, votando no fim de cada sessão, vai escolher os melhores filmes - a melhor ficção ganha R$ 200 mil e o melhor documentário R$ 100 mil, a título de incentivo à comercialização. E haverá ainda as retrospectivas de Gillo Pontecorvo, Ken Loach, John Waters e Paulo César Saraceni.

Entre as atrações da Premère América está o novo filme de Clint Eastwood, Cowboys do Espaço. O Panorama do Cinema Mundial deve exibir mais de 60 títulos - entre eles A Fuga das Galinhas, de Peter Lord e Nick Park, Rosetta, dos irmãos Dardenne, que ganhou a Palma de Ouro no ano passado, Hanele, de Karel Kachyna, que venceu o Festival do Cinema Judaico de São Paulo, Crônica da Inocência, de Raoul Ruiz, Capitães de Abril, de Maria de Medeiros, Quando Napoleão Invadiu a Fronteira, de Andrzej Wajda, O Jantar, de Ettore Scola, Ride with the Devil, de Ang Lee, O Caminho para Casa, de Zhang Yimou, Dr. T and the Women, de Robert Altman, E Aí, Meu Irmão?, dos irmãos Cohen, O Jardim das Cerejeiras, de Michael Cacoyannis, e Poucas e Boas, de Woody Allen.

O Foco Reino Unido traz a nova produção inglesa, com destaque para Oito Mulheres e Meia, de Peter Greenaway, e Topsy Turvy, de Mike Leigh. Toda a atenção deve ser dispensada ao programa Ventos do Oriente. A Ásia mostrou a melhor seleção em Cannes, este ano, e o Festival do Rio BR traz Eureka, de Aoyama Shinji, In the Mood for Love, de Won Kar-wai, As Coisas Simples da Vida, de Edward Yang, Tabu, de Nagisa Oshima, As Luzes de um Verão, de Tran Anh-hung, e Chunhyang - O Amor Proibido, de Imkwon Taek, todos imperdíveis.

Da competição de documentários nacionais participam seis filmes - O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas, de Paulo Caldas e Marcelo Luna, O Sonho de Rose - 10 Anos Depois, de Tetê Moraes, 2000 Nordestes, de D.F. Mendes e V. Amorim, Anesia - Um Vôo no Tempo, de Ludmila Ferolla, Saudade do Futuro, de César Paes, e Senta a Pua!, de Erik de Castro. Da competição de obras ficcionais, mais sete títulos - A Hora Marcada, de Marcelo Taranto, Bufo & Spallanzani, de Flávio R. Tambellini, Tolerância, de Carlos Gerbase, Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky, Brava Gente Brasileira, de Lúcia Murat, Deus Jr., de Mauro Lima, e Tainá - Uma Aventura na Amazônia, de Tânia Lamarca e Sérgio Bloch.

Finalmente, na seção Via Digital, passa - uma só vez, por exigência dos produtores - Dançando no Escuro, o musical de Lars Von Trier com Björk e Catherine Deneuve que ganhou a Palma de Ouro deste ano. Pode até decepcionar, mas é com certeza o mais aguardado dos filmes. (O Estado de S.Paulo)

 

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