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Maria Zilda concretiza sonho com Minha Vida em Suas Mãos
Maria Zilda disse que fez o filme pensando exclusivamente em seu público, não na crítica ou em intelectuais. Foi uma sábia decisão, pois provavelmente apenas seus grandes fãs poderão se interessar por Minha Vida em suas Mãos, o thriller produzido pela atriz que estréia nessa sexta-feira. Veja trailer do filmeA fita tem problemas. Muitos grandes e outros fáceis de serem resolvidos. O maior deles é a vasta coleção de clichês que invadem a tela a todo instante. A começar pelo mote da história: uma mulher que se apaixona por seu seqüestrador, que por sua vez é um intelectual desempregado que, de uma hora para outra, torna-se um bandido procurado pela polícia. Não há aprofundamento na questão social ou nas condições psicológicas que teriam levado o personagem a se tornar um ladrão. Ele simplesmente cansa da vida e resolve mudar. A cena em que a personagem de Maria Zilda, uma professora de psicologia chamada Júlia, é seqüestrada também está mais para comédia pastelão do que para um filme de ação. Enquanto espera uma amiga na frente do prédio, Júlia é abordada por Antonio (interpretado por Caco Ciocler) que subitamente aparece e a arrasta para o apartamento. Chegando lá, Júlia chora e pede para que ele não faça nada com ela. Como seria de se esperar, o pedido só serve para dar a idéia ao seqüestrador. “O que você não quer, fazer sexo comigo?”. Então, o doce intelectual transforma-se também num estuprador que depois cai de amores pela professora. Uma falha que poderia ser corrigida é a atuação de Caco Ciocler, normalmente um ator bastante competente. Talvez atrapalhado pelo roteiro fraco, ele mostra-se pouco convincente em algumas cenas, deixando no espectador a dúvida de que o filme não é mesmo uma comédia disfarçada de thriller. Felizmente existem pequenos detalhes que conseguem tornar Minha Vida em suas Mãos um pouco mais razoável. A edição ágil, com cortes inteligentes e as participações especiais de atores consagrados como Antonio Pedro, Ney Latorraca, como o psicanalista de Júlia, e Roberto Bonfim são agradáveis surpresas. Marcando a segunda incursão da atriz como produtora, o filme demorou 19 anos para ficar pronto. Maria Zilda recebeu o roteiro em 1981, mas na época estava muito envolvida com outros projetos e acabou deixando a história adormecida, mas não se esqueceu dela. Durante as quase duas décadas, ela passou a buscar o diretor e os atores adequados para tocarem seu sonho. Acabou encontrando José Antônio Garcia, que assumiu a direção e Caco Ciocler, que foi escolhido por ela para ocupar a vaga que inicialmente estava destinada para Marcelo Serrado. “Eu adoro o Marcelo, mas quando vi o Caco em A Muralha sabia que era ele”, explica Maria Zilda que acredita que Marcelo não ficará ressentido por muito tempo.
Camila Gonçalves/ Redação Terra
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