» Veja fotos da entrevista coletiva em São PauloPara Antônio Fagundes, a maior responsabilidade de representar o todo-poderoso no filme Deus é Brasileiro, de Cacá Diegues, foi agradar o diretor. "Para ser sincero, foi muito mais difícil interpretar Villa Lobos, porque dele todos têm referência. Já Deus ninguém sabe como é", simplifica, citando seu trabalho no filme Villa Lobos – Uma Vida de Paixão, do diretor Zelito Viana.
O ator atribui essa facilidade ao fato do "Deus" do longa ser um personagem literário, tirado do conto O Santo que não Acreditava em Deus, de João Ubaldo Ribeiro. "No filme, Deus aparece se humanizando, o que o aproximou mais da gente", explica Fagundes, que prefere não dizer se acredita que Deus existe: "acho que somos muito pequenos para falar sobre isso".
Fagundes foi o primeiro ator que veio à cabeça de Cacá Diegues para interpretar seu "Deus". A persistência do diretor em tê-lo em seu elenco foi tanta que Cacá decidiu adiar o início das filmagens de maio para outubro de 2001, quando Fagundes terminaria de gravar a novela global Porto dos Milagres.
"Quando escrevo um roteiro, penso sempre em alguém, não necessariamente um ator, pode ser até um amigo. Coloco aquela 'cara' no personagem e escrevo olhando para ela", explica Cacá. Antes disso, os dois se conheciam apenas "socialmente", segundo o diretor. "Agora, estamos apaixonados", brinca Fagundes.
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