Franceses do Voltair querem paulistas animados

São Paulo, 22 de março de 2005


Como um gringo vê a música brasileira? O duo de DJs M Zero e Tchiky al Dente responde essa pergunta com o Voltair, projeto de dois músicos franceses inspirados no funk, no samba e no hip hop brasileiros. A dupla aporta em São Paulo , no dia 23, para se apresentar no Vivo Open Air, com auxílio luxuoso dos MC's De Leve, Menor do Chapa, Papo Reto e Júnior, além de Mart'nália e Seu Jorge. "Espero um público animado", diz Tchiky al Dente em entrevista ao Terra.

Além do show, os dois se preparam para lançar A Hora do Brasil, um disco que, segundo Tchiky al Dente, "mostra bem o que está acontecendo no Rio de Janeiro". E como um francês pode garantir que sabe o que está acontecendo na cidade maravilhosa. Tchiky al Dente, ou Jonathan - seu nome verdadeiro, é filho de uma brasileira radicada na França, mas nasceu em Paris, e sempre está no Rio de Janeiro, ou na "área brasileira" da capital francesa, o badalado bar Favela Chic, local em que é DJ residente, ao lado do amigo M Zero.

Mostrando conhecimento de causa, Tchiky al Dente garante que o "o funk está botando uma pressão no Rio de Janeiro". E a pressão, segundo ele, "ferve na pista" do Favela Chic. "Tem uma galera brasileira, e muitos franceses, que curtem", diz o DJ, que acredita que o álbum A Hora do Brasil traça um panorama da música brasileira.

Muitos brasileiros marcam presença no disco. Os MC's Menor da Chapa, De Leve, Shaolin, Gil de Andaraí, Mc Mascotte, Papo Reto, Duda do Borel, além da cantora Martinália figuram entre os convidados. Tchiky ainda gostaria de convidar mais gente. "Gostaríamos de trabalhar com Rappin Hood, Jorge Benjor e Gilberto Gil", confessa o músico, que ainda está preparando um documentário sobre o movimento funk carioca. "Nós já filmamos bastante coisa, mas o projeto ainda não está pronto", diz.

Tchiky e Zero sempre escutaram muita música brasileira, mas o impacto do funk foi tanto que eles resolveram fazer um crossover sonoro entre o gênero e a música eletrônica francesa. "Sempre estivémos ligados", garante o francês, que sempre que vai ao Rio de Janeiro, arranja uma pink-up para discotecar. "Espero que o público paulista seja tão animado quanto o carioca", diz o DJ. O som do duo poderá ser conferido ao vivo, no dia 23, no Vivo Open Air.

Redação Terra