A vida do verdadeiro Frank Dux é tão glamorosa quanto o do personagem vivido por Jean Claude Van Damme no em O Grande Dragão Branco, que no final do filme mostra nos créditos em letras garrafais: “baseado em fatos reais”. Resumindo todo imbróglio em poucas palavras, toda a vida de Frank Dux pode ser considerada uma “história mal contada”.
Assim que foi lançado, O Grande Dragão Branco colocou a versão da história de Frank Dux em dúvida. Todos os inconsistentes relatos que o lutador contou fora das telonas foram questionados e a maioria deles – para não dizer todos – acabaram sendo desmentidos.
Alguns dados questionados:
- Frank foi campeão do Full Cotnact Kumite World Heavy Weight Champion entre os anos de 1975 e 1980. Invicto. Segundo ele, foram 56 nocautes consecutivos.
- Quatro recordes mundiais, incluindo o nocaute mais rápido com um chute: 115 km/h. Você já viu um torneio de lutas – ainda mais secreto – com sensores de velocidade para detectar a velocidade dos chutes?
Em 1988, Frank Dux transformou sua história em filme. O Grande Dragão Branco (Bloodsport, em inglês) foi gravado e ele participou como coordenador das cenas de ação.
Com a fama do longa-metragem, a versão dos “fatos reais” de Frank Dux se tornaram mais questionados, e novamente mais desmentidos. De acordo com matéria divulgada pelo jornal Los Angeles Times, seus documentos no Exército o contradizem e apontam que ele nunca esteve perto da Ásia e menos ainda que tenha sido caçado por ser um desertor. Um único registro interessante é sobre um machucado que teve quando caiu de um caminhão que estava pintando. Esta confirmação também foi dada no livro Stolen Valor, um registro de histórias de guerra, que colocam Dux em ação em períodos diferentes dos citados por ele.
De sua parte, Dux diz que a dificuldade de comprovar os fatos estavam em arrumar provas de eventos tão secretos.
A reportagem, datada de maio de 1988, ainda coloca um dos endereços do Kumite como a própria casa de Dux. Um de seus troféus, que afirmava ser de uma das competições, tinha um recibo que ligava o lutador a uma loja de penhores local.
Frank Dux seguiu com sua carreira como professor de Ninjutsu, mas nunca convenceu. Sua falta de documentos, fotos e qualquer tipo de prova que embasem a tal “história baseada em fatos reais” nunca apareceram.
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