A Parada Gay, evento que já faz parte do calendário
turístico oficial de São Paulo, além de exigir igualdade
de direitos aos homossexuais, é um show à parte
quando o assunto é fantasia. Os transformistas usam
e abusam da imaginação e a cada ano renovam-se os
tipos e aumenta a quantidade de personagens, transformando
o evento na maior micareta - carnaval fora de época
- de São Paulo.
Um trio de drag queens inovou até no nome de
guerra e se autodenominou Micomicá, Micomilá e
Micomijá. Outra veio fantasiada de gari: "quero
limpar todo o preconceito desta cidade", explicou.
Tinha Carmem Miranda, Marylin Monroe, Elba Ramalho,
Maggy Simpson, motoqueiras, operários, anjo, índio,
aeromoça, marinheiro, enfim, criatividade para
carnavalesco algum colocar defeito.
Quem não estava fantasiado deu um jeitinho de
sair do cotidiano de seu jeito: valia tirar a
camisa, colocar uma máscara, vestir uma camiseta
personalizada, amarrar um lenço na cabeça ou simplesmente
empunhar a bandeira multicolorida do movimento
GLS.
Aliás, o que não faltaram foram bandeiras "arco-íris"
tremulando entre os espectadores que se espalharam
pelas calçadas e canteiros centrais da avenida
Paulista, em um claro apoio da sociedade em geral
ao movimento.
Além dos casais de gays, lésbicas e dos transformistas
que desfilaram, o "S" da sigla GLS, os chamados
simpatizantes, compareceram em massa à Parada:
eram casais e jovens heterossexuais, pessoas da
terceira idade e famílias inteiras, várias delas
com crianças, que não se contentaram em assistir
ao desfile e caíram na "pista de dança" de asfalto.