Entenda o significado dos símbolos nos rituais mágicos
As figuras geométricas nos rituais mágicos funcionam como um suporte, uma espécie de instrumento para entrar em contato com o universo cósmico. Os elementos essenciais que compõem um ritual mágico devem comportar a presença dos quatro elementos (ar, terra, água e fogo), que têm a função de ativar o contato com outros planos por meio de seus significados secretos. Os principais elementos usados nos rituais mágicos são: o círculo, o quadrado, o triângulo, a lua e a estrela. Círculo: simboliza o céu cósmico e a atividade do céu, que produz, regula e ordena. A proteção está assegurada em seu limite. Por isso, as pessoas utilizam os cordões (cintos, argolas e braceletes) com o propósito de afastar os inimigos ocultos. É o signo da unidade e do tempo. Para os espiritualistas, é o símbolo do limite mágico. É curioso notar que nas religiões monoteístas (judaísmo e cristianismo), a representação circular não é encontrada em suas construções, por ser um símbolo feminino. Também exprime o sopro da divindade, sem princípio nem fim. É considerado como o aspecto positivo da vida e totalidade da psique, ao contrário do quadrado, que revela a idéia da matéria terrestre. O círculo representa o elemento ar. Quadrado: enquanto o círculo é o símbolo do céu, o quadrado é o símbolo da terra e, por isso, implica em solidificação, estabilização e perfeição. Por isso, muitos espaços sagrados têm forma quadrangular, como os altares, templos, cidades etc. Também representa a manifestação dos quatro elementos (terra, fogo, ar, água) e exprime a intenção de reunir a energia divina dentro de um limite. A associação círculo-quadrado evoca a idéia do casamento entre o céu e a terra. Para Jung, a trindade-quádrupla correspondia ao aspecto fundamental da plenitude. Triângulo: símbolo da presença divina em atividade, simboliza a harmonia, proporção, inteligência, ação e fecundidade. Representa a sabedoria humana e está contido em várias expressões religiosas. Na alquimia, além de ser o símbolo do fogo, é também do coração. A maçonaria o chama de delta luminoso, por ter três vértices da moralidade: pensar bem, dizer bem e fazer bem. Lua: simboliza o princípio feminino, a periodicidade, a renovação, transformação e o crescimento ligado ao ritmo biológico. Ela é representada em muitas culturas como símbolo do conhecimento indireto, metafísico e intuitivo. A Lua representa o passivo, o fecundo, a noite, a umidade, o subconsciente, a imaginação, o psiquismo, o sonho, a receptividade e a mulher (força fecundadora da vida, que pode ser representada nas divindades da fecundidade vegetal e animal, fundidas no culto da Grande Mãe). O desenho da Lua favorece a introspecção e o exame de consciência, além de participar da regeneração moral. Representa o elemento água. Estrela: o desenho da estrela, de cinco ou seis pontas, é muito utilizado em rituais devido a sua qualidade luminar. Representa o espírito e particularmente as forças espirituais (luz e trevas). A estrela de cinco pontas é o símbolo da manifestação central da luz e do universo em expansão. A estrela de Salomão (com seus dois triângulos, um invertido e o outro não) simboliza o fogo e o sexo masculino (triângulo para cima) e a água e o sexo feminino (triângulo para baixo), além da sabedoria humana e Deus, cujo nome não se pode pronunciar. O desenho de uma estrela revela a inspiração, algo que irá materializar-se, ou melhor, a tradução da expressão de um pedido de ajuda ao plano superior.
Monica Buonfiglio/Especial para o Terra
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