Conheça a vida do místico William Blake
A literatura inglesa se funde com a literatura ocultista de William Blake, que nasceu em plena revolução industrial inglesa, no dia 28 de novembro de 1757, e faleceu no dia 12 de agosto de 1827. Ele foi professor, escritor, prosador, desenhista, gravador, impressor, pintor e editor. Desde criança, já demonstrava grande habilidade em escrever e desenhar. Gostava de ler, especialmente os livros religiosos e místicos (Paracelso, Jacob Boheme etc). Filho de um fabricante de roupas, ainda criança, chamou a atenção da sua mãe por seu talento; por isso foi matriculado na Royal Academy of Arts e se tornou aprendiz do famoso J. Basire. Aos 21 anos, já era um profissional respeitado. Desenvolveu uma técnica de gravação chamada Illuminated Printing, onde utilizava uma matriz de cobre, cera e ácido, para depois colorir à mão e com aquarela, processo este que teria recebido dos espíritos. Casou-se aos 25 anos com Catherine Boucher, analfabeta, filha de um jardineiro, mas isto não o impediu de ensiná-la a ler e a escrever e juntos, trabalharam na impressão de suas gravuras. Neste período, seu interesse pela literatura ocultista atingiu seu ápice e aos 26 anos publicou sua primeira obra Esboços poéticos. A espiritualidade sempre esteve presente em sua vida. Aos oito anos dizia conversar com o profeta Ezequiel; aos nove, teria visto anjos. Estudou a gnose, o neoplatonismo e tudo que se relacionava com os temas espiritualistas. Dizia que seu conhecimento era adquirido por meio da viagem fora do corpo e afirmava ver os mortos (teria visto o irmão depois de ser vitimado pela tuberculose). Acreditava também que recebia influências de Milton, seu poeta preferido. O período mais fértil de Blake ocorreu entre 1784 e 1803. Infelizmente, viveu toda sua vida com pouquíssimo dinheiro e sempre foi lesado por seus sócios; chegou a ilustrar catálogos de porcelanas para sobreviver. Nos dez anos que antecederam sua morte, dedicou-se de corpo e alma à espiritualidade, mas já era visto pela sociedade como um completo louco, que via profetas e conversava com anjos, vivendo na mais completa penúria. Em 1822, a Royal Academy doou 25 libras à Blake. Em 1825 iniciou suas ilustrações para a Divina Comédia chegando a produzir mais de 100, trabalhando até 1827, quando faleceu. Seu funeral foi muito simples e pago por amigos. Catherine, sua esposa, morreu quatro anos depois. A obra do genial Blake choca até os dias de hoje e para entendê-lo, é preciso senti-lo em toda sua profundidade. Khalil Gibran, autor de O Profeta o definiu como "homem-deus". A crítica entende que o livro O casamento do céu e do inferno (1790) é uma de suas melhores obras. O livro mais longo, intitulado As Quatro Loas, Milton e Jerusalém é descrito como sua obra de maior conteúdo místico. Os seus principais personagens de suas mensagens são: Urizen (Deus tirânico), Los (imaginação), Enitharmon ou ilusão humana (espírito feminino), Albion (humanidade), Ubro (materialismo, entre outros.
Monica Buonfiglio/ Especial para o Terra
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