São Paulo - Isolar a atividade de piloto dos inevitáveis compromissos de campeão é uma das principais preocupações de Gil de Ferran para a próxima temporada da Fórmula Indy.
Empolgado com as perspectivas para o próximo ano, ele está em São Paulo para algumas reuniões com patrocinadores e para o casamento de seu irmão, que acontece nesta semana. Depois, ele volta aos Estados Unidos e à preparação para o campeonato de 2001.
Gil não esconde seu entusiasmo com sua equipe, a Penske, e a Honda, que fornece seus motores. "Não existe equipe igual a Penske", afirma. "Lá não há dificuldades nem limite nos esforços para se chegar aos bons resultados. O objetivo do Roger Penske (proprietário do time) é ´empenho-resultados´ e o que nunca falta na equipe é empenho. O pessoal começa a trabalhar às sete da manhã e, se você telefona para lá às nove da noite está todo mundo lá. A dedicação de todos é tanta que eu fico constrangido de falar de cansaço perto deles".
O trabalho da Honda na temporada também é elogiado pelo campeão. "Nós começamos com um motor inferior ao Ford, mas ao longo do campeonato houve uma evolução constante. Da metade em diante, o motor era competitivo e, na última corrida do ano, em Fontana, era um foguete, uma coisa impressionante".
Gil diz estar consciente de que, como campeão, será uma das atrações das corridas no ano que vem. Mas diz estar preparado para não deixar que a atividade extra-pista influencie seu desempenho. "Minha carga de compromissos já aumentou muito", conta. "Eu tenho que me cuidar para não me deixar levar por esse tipo de atividade, de atender a mais uma pessoa, dar mais um telefonema. O importante tem que ser o campeonato."
A transmissão do próximo campeonato pela Rede Record também entusiasma Gil, pela possibilidade da popularização da categoria. Ele diz estar estudando um esquema de divulgação e assessoria de imprensa no Brasil, que nos últimos anos não manteve.
A ampliação do campeonato da Cart, que no ano que vem terá provas também na Europa, é mais um assunto que o empolga. "Eu morei na Europa e gosto muito de andar por lá", explica. "É diferente dos Estados Unidos, me agrada muito a possibilidade de voltar a correr em pistas européias".
Gil diz não se sentir pressionado por estar defendendo o título na próxima temporada. "O que eu sei é que vou precisar me esforçar ao máximo para conseguir vencer. Na Cart é assim, você tem que dar o máximo e, às vezes, nem isso é o suficiente. Em termos de campeonato, vai ser um ano como todos os outros".