A frase acima pode parecer um plágio de Michael Jordan. Mas, não. É da
jogadora Karina, que mais uma vez envia mensagem a esta coluna. Peço
permissão ao internauta para insistir no assunto: ela é uma das atletas mais
importantes do basquete feminino brasileiro, e ao mesmo tempo representa o
mais fiel retrato da situação crítica em que se encontra.
Sem clube, sem emprego, sem futuro definido. Assim está Karina, como
muitas outras. Ela cita em sua última mensagem a situação de Marta, Zaine,
do técnico Borracha, todos desamparados. Isso, com o esporte que conquistou
medalhas nas duas últimas Olimpíadas.
Ela revela ainda que vive neste abandono em razão das críticas
desferidas contra a Confederação Brasileira de Basquete e a Federação
Paulista. Cito, a seguir, o relato da jogadora: "Sei que incomodo muita
gente na Federação e na CBB. Digamos que toda pessoa que questiona nossas
entidades não é bem vista. Quem sabe é porque sou formada na Fundação
Getúlio Vargas em Administração Esportiva e profissionalismo não tem lugar em nosso tão querido esporte????!!!!!!!!! Mas
a vida continua. Sei que ainda voltarei a estar no meio do esporte. Não sei
se como jogadora, empresária ou política preocupada com esporte. O que e
certo e que VOLTAREI !!!!!"
Se não bastasse isso, o Brasil está, no momento, sem a sua principal
jogadora em atividade. A ala Janeth não tem perspectiva de voltar a jogar
este ano. Sem clube, e ainda recuperando-se de uma tendinite no joelho, ela
já começa a tentar resolver a situação sozinha. Pelo menos duas empresas já
foram procuradas pela jogadora, que recebeu a mesma resposta: não.
Talvez Janeth só consiga espaço nos EUA, onde é tratada como rainha.
Parece mesmo que o Brasil não sabe reconhecer os seus ídolos. E não é à toa
que ela já fala até em se aposentar, pelo menos da seleção, após a Olimpíada
de Atenas, em 2004.
Luz no fim do túnel
Se a crise bate à porta do basquete brasileiro, há pelo menos um lugar
onde a situação parece ser completamente diferente. É o que revela o
internauta César Júnior, de Goiânia. Ele relata que a equipe da Universo tem
uma estrutura de causar inveja a muitos clubes da região Sudeste: orçamento
de R$ 140 mil mensais, suficiente para ter jogadores como Maury, Marcelão e
o norte-americano Kenia.
Pode, realmente, ser uma luz no fim do túnel. Uma luz no coração do
Brasil.