A ex-jogadora Keli está pedindo ajuda. Numa mensagem dramática, enviada
a muitos jornalistas e redações de imprensa, ela expõe todo o drama que
enfrenta desde que sofreu uma grave contusão. Quase ficou tetraplégica e,
agora, ainda descobriu que a lesão provocou câncer no cérebro.
O caso está entregue à Justiça. Keli reclama da falta de atendimento da
equipe que defendia na época em que sofreu a lesão, o Campinas/Knorr. Também
faz duras críticas à jogadora Karina, que era a responsável pela formação do
time, e também à Federação Paulista de Basquete.
A decisão de tornar pública a carta de Keli, através desta coluna, foi
tomada com a intenção de colaborar da melhor forma possível para divulgar o
pedido de ajuda. E com a autorização da ex-jogadora. Não se trata de fazer
qualquer tipo de julgamento, isso cabe à Justiça.
Como é regra básica nesta coluna, o espaço também está aberto a
Karina, à direção da Federação Paulista de Basquete e à empresa detentora da
marca Knorr, caso tenham o interesse de contar a sua versão.
O carta de Keli é bastante extensa, e talvez só seja possível tomar
conhecimento na íntegra através mesmo da internet, com seu espaço ilimitado.
Mas desde já peço sua atenção e, mais importante, quem puder, ajude com o
que for possível.
Segue, a seguir, a mensagem enviada pela ex-jogadora. No final, você
encontrará o endereço eletrônico para entrar em contato com ela e também
seus telefones.
Meu nome é Keli Karina Meira Barros, nascida em 05/12/1974
na cidade de Birigui. Hoje com 27 anos de idade.
Desde pequena meu sonho sempre foi o basquete! Ia assistir aos jogos no
ginásio de Campo Grande, onde morava com minha mãe e meu irmão.
Aos 15 anos consegui uma bolsa escolar e jogava pela escola. Foi uma
vitória enorme que quis oferecer à minha mãe, que sempre me incentivou. Assim o
basquete começava a ser a minha vida.
A partir de 1991 comecei a jogar como jogadora profissional perseguindo
meu
sonho pois o salário era apenas uma ajuda de custo. Mas eu não quis
desistir do meu sonho e continuei minha carreira de atleta profissional,
mesmo ganhando pouco. Passei por vários times como: Presidente Prudente,
Araçatuba, Franca, Tupã, S. José do Rio Preto, Avaré.
Em 1999 recebi uma proposta da jogadora Karina Valéria Rodrigues, para
jogar em Campinas no time que ela administrava e era patrocinado pela
Refinações de Milho Brasil - Knorr Lamen- Quaker. Segundo ela, esta
seria uma grande oportunidade para meu progresso profissional...
Jogar em Campinas, quem sabe, faria com que um dia, meu pai, que havia nos
deixado, pudesse chegar a assistir um jogo meu...
Assim comecei a jogar em Campinas e joguei bem, cada vez mais e mais
melhorando e fazendo o sucesso que todos esperam...
No dia 5 de janeiro de 2000 durante um treino de rotina do time da Knorr
Lamen - Quaker, no ginásio do Taquaral, em Campinas, recebi uma forte
cotovelada da jogadora Marta Sobral, quando eu corria com a bola,
sentindo muitas dores e tontura, caí na quadra, chorando, sentindo que
algo
de ruim havia acontecido.
O motorista do time me levou à clínica de fisioterapia do Prof. Nivaldo
Baldo onde fui imediatamente atendida, sendo encaminhada a realizar todos
os
exames necessários. Acompanhada pelos seus amigos neurologistas Dr.
Guilherme
Borges e Dr. Vargas. Fiquei sabendo que sofri deslocamento, deslizamento
traumático da primeira vértebra cervical em relação ao crânio.
Apesar de ser desenganada por outros profissionais, escapei até agora da
cadeira de rodas, graças ao tratamento de fisioterapia específico que
recebi
na clínica do Professor Nivaldo Baldo. Foi uma maratona de sobrevivência,
mas consegui escapar da tetraplegia, igual à do artista super homem.
Chegava a ficar oito horas sob tratamento de
fisioterapia, com tudo que era mais moderno e inovador.
Assim consegui voltar a andar, mas com uma certeza que deveria sempre
estar
sob orientação e tratamento do Prof. Nivaldo Baldo. No entanto as
pressões,
abandono, só aumentaram os meus prejuízos, pois a Karina
/Quaker/Knorr Lamen nunca deixavam de fazer uma pressão para eu voltar
para minha casa e ficar abandonada por lá.
Apesar de sofrer muitas humilhações, recebi tratamento e uma ajuda de
custo
do time até outubro de 2000, quando fui totalmente abandonada pelo time e
sua administradora Karina Valéria Rodrigues/Quaker/Knorr Lamen, sem
explicações. Fui despejada do apartamento alugado pelo time, ficando
literalmente na rua, abandonada, sem salário, sem tratamento médico e
fisioterapia, sem ter o que comer.
Durante alguns meses permaneci em Campinas, sendo ajudada pelo
fisioterapeuta Professor Nivaldo Baldo que me tratou em sua clínica sem
cobrar nada para que eu não interrompesse a fisioterapia. Porém, por não
ter
mais aonde morar, voltei para a cidade aonde moram minha mãe
e meu irmão, São José do Rio Preto, aonde infelizmente não há uma clínica
de fisioterapia adequada com a mesma estrutura e filosofia de trabalho
para
meu caso.
Quando voltei para S. J. do Rio Preto, recebi todo apoio de minha mãe, que
sempre continuou me apoiando em todas as situações, mas a tristeza de ver
meu sonho ser completamente destruído foi tomando conta de mim.
Durante todo este período de amargura e abandono da Karina e da Quaker,
sempre
estive muito triste, pois o basquete era quase tudo em minha vida, a
tristeza cada dia maior e mais presente, mesmo com o Prof. Nivaldo e meu
advogado dr. Pedro Ambrozo Adid, lutando para eu
sobreviver, fazendo de tudo para me encaminhar para um apoio e tratamento
psicológico, não tive condições de sair de minha cidade.
Desde que sofri esta lesão, não me recuperei a ponto de ter condições de
assumir nenhuma atividade. Assim, por não poder trabalhar, vivo de favores
e
da ajuda financeira de amigos. Isto me deixa muito deprimida.
Além disso vivemos numa angústia constante pois nossa família é muito
desprotegida socialmente. E no Brasil quem depende da saúde e do governo
está cada vez mais próximo da morte física e emocional. Muitas vezes,
não
temos dinheiro para pagar aluguel e nem para termos a dignidade de
sobrevivência mínima...
Não tenho salário, não tenho aposentadoria, não tenho auxílio desemprego,
não tenho de onde tirar um pouco de dinheiro para sobreviver. Convivo o
tempo todo com medo, com dores, insegura, abandonada, angustiada com o
meu
futuro e de minha família.
Em novembro de 2001 comecei a sentir tonturas e dores mais fortes no local
da lesão e no final de dezembro comecei a perder o equilíbrio e a visão.
Passei por alguns especialistas que "nada " encontraram. Voltei para
Campinas com muita dificuldade e fiquei na clínica de fisioterapia,
retornando ao tratamento de manutenção tão necessário. Como minhas
alterações de visão não evoluíam bem, o professor Nivaldo Baldo me levou
para alguns exames de tomografia mais específicos, foi quando infelizmente
meu mundo voltou a cair, foi diagnosticado pelo dr. Flávio radiologista um
tumor no meu cerebelo, no meu cérebro.
O professor Nivaldo Baldo imediatamente comunicou o meu advogado dr. Pedro
Augusto Ambroso Adib e a Karina Rodrigues da seriedade e resultado de
tanto
sofrimento,angústia, depressão que inquestionavelmente facilitaram o
aparecimento deste tumor. Pois de alegria nenhum tumor aparece, mas com a
tristeza, abandono propiciados pela Karina, Knorr, Quaker, Refinações de
milho Brasil e o sistema
governamental brasileiro.
Amigos de Campinas junto ao Dr. Guilherme Borges conseguiram que eu fosse
operadada em 24 de janeiro de 2002 no Hospital de Base de São José do Rio
Preto, cidade onde moramos, pelo Dr. Mario José Góes. Tenho que fazer
radioterapia e quimioterapia e não tenho recursos para comprar a
medicação.
Ainda aguardo os resultados escritos dos exames anatomo patológicos e
outros relatórios para enviar ao meu advogado e anexar aqui nesta carta de
desespero e solicitação de ajuda humana, mas o pessoal médico não
tem liberado e tem me prejudicado mais ainda.
Gostaria ainda de contar que desde outubro de 2000 fiz inúmeras
tentativas
de contato com a administradora do time da Knorr Lamen,Quaker e a
jogadora
Karina Valéria Rodrigues, pois após minha lesão no treino, não tive
afastamento por acidente de trabalho como seria o correto. Não obtendo
resposta, consultei o advogado Dr. Pedro Adib que ao constatar minha
situação
e minha lesão tem me amparado legalmente sem cobrar nada e entrou com uma
ação contra o time para que meus direitos fossem garantidos e respeitados.
A
Knorr Lamen Quaker, com o seu poder econômico, está conseguindo se
safar das
responsabilidades e num acordo de "cavalheiros" com a Karina, colocou-a
como única responsável, mas eu jogava com a camiseta da Knorr Lamen
/Quaker/
Karina.
Foi concedida uma tutela antecipada de um valor para que eu pudesse ter
com
o que me sustentar até o final da ação, mas isso já faz algum tempo e,
apesar da decisão do juiz, não consegui receber nenhum centavo até agora.
Não entendo como a jogadora Karina Valéria Rodrigues e a
Refinações de Milho Brasil, a companhia internacional Quaker, conseguem
não
me pagar, desrespeitando a decisão judicial. Como a Karina fez uma
jogada
e tirou todos os seus bens do Brasil, levando-os para a
Argentina, apresenta uma impossibilidade de pagamento, mas continua
andando
de carro importado, vive como milionária, e agora está se candidatando a
deputada estadual apoiada pelo ex governador de São Paulo, Paulo Maluf...
A jogadora Karina Valéria Rodrigues, responsável pelo time, "esquece" de
suas obrigações e vai se candidatar a deputada. Uma pessoa com este
tipo
de atitude perante suas responsabilidades não pode assumir um cargo
público. Ou pode somente nos países como o Brasil em que muitos políticos
podem fazer o que quiserem e bem entenderem e o povo fica a míngua como
cachorros.
Tentei anteriormente uma ajuda com o presidente da Federação Paulista de
Basquete, mas este covardemente se ausentou, fugiu, é amiguinho da Karina,
fazedor de média e criador de apoios políticos. Faço um apelo a todas as
pessoas humanas, honestas, independentemente de seus cargos esportivos,
jornalísticos, de imprensa, internet, televisão, enfim, qualquer cidadão
que
possa me ajudar para que a Justiça dê uma solução ao meu caso, e que a
jogadora Karina Valéria Rodrigues assuma a sua responsabilidade
destruidora
de minha vida como também da falta de
caminhos para colocarem a Knorr Lamen, Quaker, Refinações de Milho Brasil
sob total responsabilidade.
É um crime o que estou passando. Como estou com câncer, não sei o
resultado ao longo do tempo, eles da Knorr, Quaker e a Karina têm o tempo
a
seu lado. Resolvi divulgar a todos minha história pois hoje,
vítima de tumor cerebral, um câncer e impossibilitada de trabalhar, não
sei
mais a quem recorrer, não posso nem ao menos contar com a Justiça, pois
os
resultados têm sido carnavalescos.
Agradeço a todos pela atenção dispensada ao meu caso e coloco-me a
disposição para fornecer qualquer informação adicional.
Keli Karina Meira Barros
Email: keli9bask@hotmail.com
Tel: 17 2223283 / 97015615