Como prometido, e de direito, abro espaço nesta coluna para as
respostas do presidente da Federação Paulista de Basquete, Antonio
Chackmati, e da jogadora Karina. Eles respondem à carta publicada aqui da
ex-atleta Keli, que relatou uma dramática situação, desde que abandonou as
quadras devido a uma lesão e agora descobriu também um câncer no cérebro.
O presidente da FPB diz, em contato telefônico: "Nunca fui procurado
por ela, ela nunca me pediu nada, não a conheço, muito menos seu advogado.
Sei que se trata de uma jogadora que sofreu uma contusão, mas desconheço a
gravidade que ela relatou. Também não sou "amiguinho" da Karina, como ela
disse, nem fujo às minhas responsabilidades".
Afirma ainda o dirigente: "Ela não me conhece, por isso vou
questioná-la e também a seu advogado. Ela acaba de fechar uma porta. Quem me
conhece sabe que sou a pessoa que mais ajuda o basquete feminino em São
Paulo. Quem me procura é atendido, dentro das limitações da Federação".
Mesmo diante da indignação de Chackmati, ele deixa uma pequena fresta
aberta para Keli: "Ela precisa se retratar, não posso ficar calado diante de
tantas blasfêmias. Nunca tive nenhum ato de desonestidade, e não posso
aceitar ser tratado desta maneira".
A jogadora Karina enviou sua resposta através da seguinte carta,
encaminhada por sua assessoria de imprensa:
"Caro Fernando Santos. Em sua coluna do último sábado, dia 30, meu
nome foi citado em carta publicada enviada pela ex-jogadora Keli. Gostaria
apenas de fazer um breve comentário sobre esse assunto, já discutido
e debatido inclusive dentro do portal Terra há poucas semanas, e que, como a
própria Keli afirmou, está entregue à Justiça.
Estou ciente e consciente do drama vivido por ela - não poderia ser
diferente - mas não concordo com muitas coisas que foram ditas e continuam
sendo ditas.
Tentamos solucionar esse problema na época da melhor forma possível mas,
infelizmente, não foi resolvido, não se chegou a um acordo.
Keli escolheu a Justiça para tentar resolver isso e eu, como brasileira,
acredito na Justiça. Espero que tudo isso se resolva.
Atenciosamente,
Karina Valéria Rodrigues
Como foi dito na coluna anterior, a decisão de publicar a carta de Keli
não foi tomada para criar uma discussão entre ela, Karina e o presidente da
FPB. A intenção foi de procurar colaborar na tentativa de que ela consiga
ajuda para o seu tratamento. Porém, não poderia deixar, de forma alguma, de
registrar a versão de quem foi citado na carta. Uma regra básica que esta
coluna sempre adotou.
A questão fundamental será, agora, tratada pela Justiça. Não cabe aqui
tomar nenhum tipo de posição, em defesa de um ou de outro, a não ser
relatar, dentro dos princípios jornalísticos, a versão de todos os
envolvidos. Cabe ao leitor/internauta construir a sua própria opinião. E, se
estiver ao alcance de alguém, que possa ajudar Keli em sua luta pela
sobrevivência.