A briga entre a ex-jogadora Keli e a pivô Karina ganhou novos
capítulos. Keli conseguiu a segunda vitória na Justiça, desta vez na área
trabalhista, no mesmo momento em que Karina diz estar disposta a fazer um
acordo fora dos tribunais. Nada disso, porém, será capaz de trazer Keli de
volta às quadras. Mas pode ajudá-la a sobreviver.
A nova condenação atinge a KA, a empresa com a qual Karina montou a
extinta equipe do Knorr/Campinas. Ela está obrigada a conceder o registro de
trabalho a Keli. Na prática, a ex-jogadora ganhou o direito de receber cerca
de R$ 1.300 mensais, até que o INSS libere o pagamento do auxílio acidente,
segundo o advogado Pedro Augusto Ambroso Adib.
Keli já tem uma outra decisão favorável na Justiça cível: ela ganhou
uma pensão em setembro de 2000 de R$ 2.300, mas que jamais foi paga e,
segundo seu advogado, não cabe mais recurso. Diferente da decisão da Justiça
do Trabalho, da semana passada, da qual Karina pode recorrer.
Se as duas sentenças forem pagas, Keli terá um orçamento mensal de
aproximadamente R$ 3.600 para continuar o tratamento da lesão na coluna que
a afastou das quadras, e também contra o câncer no cérebro que a contusão
provocou.
Antes de saber da nova sentença, a pivô Karina havia enviado uma
mensagem a esta coluna, mostrando sua disposição e até mesmo confiança na
tentativa de se conseguir um acordo.
Como prova de demonstrar sua boa intenção e dar um fim neste caso,
Karina contou que ajudou a jogadora Leila Sobral, que nem fazia parte de seu
time, num tratamento que envolveu cirurgia e uma ajuda de custo mensal de R$
1 mil.
Como já foi dito antes, não cabe aqui decidir quem está certo ou
errado. Quem deve pagar ou não. Para isso existe a Justiça. O certo é que do
jeito que está não pode ficar: uma ex-jogadora, completamente abandonada,
sem respaldo algum, sem um clube, um dirigente, que assuma sua
responsabilidade.
Keli está lutando pela vida. Karina, que está em campanha política,
mostra disposição em ajudá-la. Vamos torcer!