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Infoguerra O que é o Promis?

Segunda, 29 de outubro de 2001, 18h46
O Promis (Prosecutor's Management Information System) começou a ser desenvolvido em meados dos anos 70 pelo programador William Hamilton, que na época era funcionário da National Security Agency (NSA), e que depois veio a fundar a empresa Inslaw Inc., em Washington. Sofreu diversos aperfeiçoamentos desde então, até se tornar um programa usado por serviços secretos e agências de inteligência de vários países, para rastrear pessoas e transações financeiras.

Por ser um programa secreto, há pouca informação divulgada sobre o seu funcionamento. De acordo com uma reportagem do jornal nova-iorquino The Village Voice, provavelmente muitos dados sobre o programa desapareceram após a misteriosa morte de Daniel Casolaro, um jornalista americano que estava investigando fraudes envolvendo o governo, entre elas o caso Promis. Ele foi encontrado morto em 10 de agosto de 1991, na banheira de seu quarto de hotel em Martinsburg, Virginia. Os manuscritos que ele havia preparado sobre o caso sumiram sem deixar vestígios.

Mas há muitos depoimentos, investigações e evidências que são capazes de desvendar parte dos segredos do Promis. Segundo um artigo de Michael C. Ruppert (um ex-oficial do Departamento de Polícia de Los Angeles, que, investigando ligações da CIA com o tráfico de drogas, acabou descobrindo também fatos relacionados ao Promis), o software é capaz de ler e integrar simultaneamente diferentes bancos de dados ou programas de computador. E isso independentemente da linguagem em que os programas originais foram escritos ou do sistema operacional no qual foram instalados. Além disso, opera tanto em sistemas de computadores gigantes quanto num simples PC.

Ruppert afirma ainda que a versão atual do Promis "pode pensar, entender qualquer linguagem no mundo, entrar em qualquer computador, inserir arquivos em computadores sem a ajuda de nenhuma pessoa, preencher vazios além do raciocínio humano e também adivinhar o que uma pessoa vai fazer antes que ela o faça". Como veremos adiante, para integrar diversos dados de diferentes computadores, o Promis não usa a Internet, mas sim, canais de transmissão digitais e satélites.

Um ex-agente da CIA, Charles Hayes, disse que o Promis, na sua versão atual, é até hoje o melhor programa que existe para rastrear pessoas e dinheiro. "É capaz de rastrear tudo, exceto talvez um coelho ou um cão de caça", afirmou em um depoimento dado à Corte Distrital de Kentucky, em janeiro de 1997. Segundo Hayes, para fazer isso, o Promis conserva indicações sobre uma pessoa ou uma coisa específica dentro dos mais diversos documentos, e traz à tona essas informações quando são requisitadas. Se corretamente programado, é capaz de rastrear também transações financeiras internacionais. O próprio Hayes usou o software para descobrir transações bancárias de altos oficiais do governo americano.

O artigo de Ruppert fala ainda que, de acordo com as investigações, as instituições bancárias que não possuem o software podem ser segregadas dentro do sistema bancário mundial. Elas não poderiam, por exemplo, participar de operações de transferência e de lavagem de dinheiro. "Uma vez que o poder e as vantagens do Promis são demonstrados, muitas corporações, bancos ou nações ficam ávidos para fazer parte do clube ‘exclusivo’ de quem o possui", diz um trecho do artigo.

O Promis hoje tem versões comerciais, disponíveis na Inslaw, com nomes como Smart (Self Managing Artificial Reasoning Technology) e Tech.

Backdoor
Outra informação que elucida um pouco a história do Promis é uma reportagem publicada pelo jornal canadense The Toronto Star, de 25 de agosto de 2000. A reportagem diz que a Royal Canadian Mounted Police (RCMP) estava investigando se uma cópia do Promis vendida ao Canadá estaria equipada com um “backdoor”, isto é, uma espécie de trojan, que permitiria a entrada de intrusos nos arquivos confidenciais do país.

Michael Riconosciuto — um programador que tinha contatos freqüentes com Bobby Inman, diretor da National Security Agency (NSA) e vice-diretor da Central Intelligence Agency (CIA) — , declarou em vários depoimentos a cortes americanas ser um dos autores do backdoor do Promis. Ele acredita que a distribuição do Promis para diversos países, inclusive o Brasil, tenha sido um plano das agências de inteligência americanas para espionar outras agências.

Por razões de segurança, os computadores das agências de espionagem geralmente não são conectados a redes externas, como a Internet. Então, como é possível que um backdoor funcione? O backdoor pode até ser instalado, mas o que o pretenso invasor faz para penetrar na máquina?

De acordo com um artigo de J. Orlin Grabbe, publicado pela Associated Comunications Internet, o software Promis geralmente é vendido junto com o disco rígido do computador, com um chip especial. O chip transmite informações desse computador utilizando canais de difusão digitais ou satélites, toda vez que o programa é executado.

Grabbe explica que algumas técnicas de difusão, chamadas "spread spectrum", permitem que um sinal seja disfarçado, parecendo ser outra coisa. Por exemplo, alguém pode se comunicar secretamente utilizando o mesmo canal de transmissão de um sinal de TV, e essa mensagem secreta será disfarçada para o espectador como se fosse um ruído. No caso do canal de transmissão do Promis, o sinal também se disfarça como se fosse um ruído comum do computador. Técnicas de "spread spectrum" são muito usadas para comunicações militares secretas e em sistemas de satélites.

Um canal de comunicação secreta opera com códigos binários pseudo-aleatórios, como uma enxurrada de códigos, continua Grabbe. Ao contrário dos códigos em bloco, que fazem uma transformação estática em um bloco fixo do arquivo. Ele explica que os códigos em bloco operam da seguinte maneira:

Suponhamos que estamos codificando uma mensagem usando regras simples de adição XOR (um operador lógico booleano, equivalente ao “ou exclusivo”), utilizando linguagem binária:

0+0 = 0
0+1 = 1
1+0 = 1
1+1 = 0

Suponha que a mensagem original é “1011”. A chave para a codificação é “1010”. A mensagem codificada será: 1011+1010 = 0001.

A mensagem codificada “0001” não dá nenhuma informação sobre a mensagem original, que poderia ser qualquer uma das 16 seqüências possíveis de zeros e uns. Somando a mensagem codificada “0001” com a chave “1010”, obtemos novamente a mensagem original:
0001+1010 = 1011.

Numa enxurrada de códigos, ao contrário, há uma transformação variável no tempo para cada bit de arquivo. Ou seja, a chave da codificação será diferente em diferentes momentos. Suponhamos a mesma mensagem original “1011”:
momento 1: 1011 + 1010 = 0001
momento 2: 1011 + 1111 = 0100
momento 3: 1011 + 0011 = 1000

E assim por diante, em vários outros momentos. São possíveis muitas variações e combinações, que tornam quase impossível a remoção desse backdoor. De acordo com o The Toronto Star, especialistas em programação dizem que é impossível identificar um backdoor se ele for muito sofisticado, pois seu código pode ser escondido entre milhares de linhas de programação.

Ari Ben-Menashe, ex-agente do Mossad (serviço secreto de Israel), em seu livro Profits of War, também diz que a versão do Promis que foi distribuída para vários países possui o referido backdoor.

Leia mais
A morte do jornalista que investigava o Promis
Como o Promis é usado para espionar outros países
A luta entre a Inslaw e o Departamento de Justiça dos EUA
Os segredos do software secreto de Bin Laden
Bin Laden usa software secreto para rastrear adversários

Priscila Perdoncini

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