Bloquear pirataria é mais do que uma missão impossível. Segundo Maurício Sadicoff, mestre em técnicas de marca d'água pela Florida Atlantic University, o problema será maior a cada dia que passa, uma vez que a popularização de músicas em formato digital exige por si só meios seguros
para a troca de arquivos. Para ele, as gravadoras precisam criar um sistema que cobre por música baixada na rede. Só que em um formato diferente do MP3, até mesmo porque não têm como evitar o que as pessoas fazem com os arquivos
dessa tecnologia. Na análise de Sadicoff, bastaria às gravadoras começarem a cobrar uma taxa de copyright por música ou mensalmente, já que o download de MP3 não vai parar, mesmo com tecnologias de rastreamento de arquivos, como a de marca d'água
digital.
De qualquer forma, a Riaa estuda como implementar meios de rastreamento nas músicas. Todos ineficientes na proteção de copyright, afirma o especialista. Segundo os seus estudos, as tecnologias provaram ser incorretas ou incompletas. "Sabe-se que há uma solução, mas ela não é a utilização de uma única marca d'água salvadora e sim uma combinação de vários métodos de segurança".
O especialista lembra que a Riaa sempre adota meios nada convencionais. No caso, até hoje todos os métodos de copyright da associação foram quebrados por hackers. "O problema é que não há segurança total, embora a Riaa a
deseje muito. A pouca inteligência da Riaa está em combater a disseminação livre de informação, em vez de utilizá-la como fez com rádios e videoclipes", reafirmou Sadicoff.
A saída então é encontrar outros meios de proteger os artistas. Tudo sem agredir o bolso dos consumidores. "Na utopia, o que poderia combater efetivamente a pirataria seria a possibilidade de se comprar uma mídia diretamente do artista e ao mesmo tempo uma conscientização do consumidor. Basicamente, se você não ganhasse um tostão furado pelo seu trabalho, por quanto tempo mais você trabalharia? O mesmo pode acabar acontecendo com os
artistas. É arte, mas também é ganha-pão", concluiu Sadicoff.