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É obrigatório responder ao Censo do IBGE? 7 coisas que você precisa saber sobre pesquisa

Recenseadores visitarão lares brasileiros a partir de 1º de agosto, após 12 anos sem levantamento; veja principais perguntas e respostas

27 jul 2022 - 05h00
(atualizado em 1/8/2022 às 10h15)
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Recenseadores começam a visitar lares brasileiros a partir de agosto; pesquisa não era realizada desde 2010
Recenseadores começam a visitar lares brasileiros a partir de agosto; pesquisa não era realizada desde 2010
Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Estadão

Por cerca de três meses, equipes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irão às ruas de todo o Brasil para realizar o Censo Demográfico de 2022. O estudo estatístico, que acontece a cada dez anos, estava previsto inicialmente para 2020, mas foi adiado por causa da pandemia de Covid-19 e da falta de recursos para a pesquisa. 

A operação começa nesta segunda-feira, 1º de agosto, e terminar apenas em dezembro. No entanto, é esperado que haja mais tempo disponível para a coleta em algumas regiões, devido a dificuldades de acesso e contratempos. 

Veja, abaixo, as principais perguntas e respostas sobre o Censo Demográfico IBGE 2022:

Por que o censo do IBGE é importante para o país?

Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico é a principal fonte de referência para que se conheça as condições de vida da população. Como o último foi realizado em 2010, governos e prefeituras têm utilizado modelos matemáticos com a estimativa do número real da população para gerir recursos, administrar verbas e planejar políticas públicas. 

O Censo 2022 visitará aproximadamente 89 milhões de endereços, sendo 75 milhões de domicílios, onde moram cerca de 215 milhões de habitantes, nos 5.568 municípios do país - além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha.  

Quando foi o último censo do IBGE? 

O último Censo do IBGE foi feito em 2010. O Censo 2022 seria realizado em 2020, mas devido à pandemia de Covid-19 e às medidas sanitárias para conter o avanço da transmissão do vírus, foi adiado para o ano seguinte. Em 2021, também não ocorreu, desta vez por falta de recursos.

O Orçamento 2021, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, não previu verbas destinadas à realização da pesquisa – a direção do IBGE considerava ideal o valor de R$ 3,4 bilhões.

O que mudou do censo de 2010 para 2022?

Os questionários a serem respondidos ficaram menores e três novas questões foram incluídas para detalhar informações sobre a população quilombola e sobre pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). 

Quais as diferenças entre os dois tipos de questionário do Censo de 2022?

No Censo 2022, haverá dois tipos de questionários: o ampliado (amostra) com 77 perguntas, que será aplicado em 11% dos domicílios do país; e o questionário simplificado (básico) com 26 perguntas, que será aplicado em 89% dos domicílios. Todas as perguntas do básico também estão contidas no questionário de amostra. A média do tempo de resposta para os questionários varia entre 5 e 15 minutos, aproximadamente.

O questionário básico traz os seguintes blocos de perguntas:

  • Identificação do domicílio;
  • Informações sobre moradores;
  • Características do domicílio;
  • Identificação étnico-racial;
  • Registro civil;
  • Educação;
  • Rendimento do responsável pelo domicílio;
  • Mortalidade;
  • Dados da pessoa que prestou as informações.
Recenseadores começam a visitar lares brasileiros a partir de agosto; pesquisa não era realizada desde 2010
Recenseadores começam a visitar lares brasileiros a partir de agosto; pesquisa não era realizada desde 2010
Foto: Mais Goiás

Já o questionário da amostra investiga, além dos blocos contidos no questionário básico:

  • Trabalho;
  • Rendimento;
  • Nupcialidade;
  • Núcleo familiar;
  • Fecundidade;
  • Religião ou culto;
  • Pessoas com deficiência;
  • Migração interna e internacional;
  • Deslocamento para estudo;
  • Deslocamento para trabalho;
  • Autismo.

A seleção dos domicílios para o questionário da amostra é feita automatica e aleatoriamente pelo sistema do IBGE. Esses domicílios representam o que é chamado de fração amostral, cujo cálculo garante a qualidade e confiabilidade das informações levantadas. Por exemplo, a fração amostral é inversamente proporcional ao porte do município - quanto menor a população, maior a fração amostral. 

É obrigatório responder ao censo e/ou atender um recenseador do IBGE?

Sim, de acordo com a Lei do Sigilo Estatístico, de 1967. Todos que residem no Brasil são obrigados a prestar as informações solicitadas pela Fundação IBGE, sob pena de multa.

A lei também garante que os dados individuais de uma pessoa ou domicílio jamais sejam divulgados ou repassados pelo IBGE a terceiros. A coleta dos dados tem por único objetivo a produção de estatísticas oficiais.

Como os recenseadores do IBGE chegam até as nossas casas?

O Censo 2022 contará com três formas de abordagem para preenchimento dos questionários: presencial, por internet e por telefone. Para realizar a entrevista, os recenseadores tentarão entrevistar os moradores em suas residências. Se for necessário, eles voltarão em dias e horários alternativos, inclusive à noite ou aos finais de semana. Todas as visitas do agente de coleta são registradas.

Se não encontrar os moradores do domicílio, o recenseador pode deixar um bilhete com seu contato. Após realizadas as tentativas de contato, se não tiver sucesso, o supervisor deverá deixar uma carta a respeito da obrigatoriedade da prestação de informações estatísticas e das possíveis sanções previstas pela Lei do Sigilo Estatístico. 

As abordagens alternativas, internet ou telefone, serão feitas de forma mista com a presencial.

Como identificar os recenseadores do IBGE?

Segundo cartilha divulgada pelo IBGE, todos os recenseadores devem estar uniformizados e utilizando os equipamentos necessários para o levantamento dos dados. É possível identificar os recenseadores do IBGE a partir dos seguintes parâmetros:

  • Boné azul com logo do Censo; 
  • Colete do IBGE;
  • Crachá de identificação, que pode ser confirmada através do QR Code;
  • Dispositivo Móvel de Coleta (DMC).

Extra: Como é feito o censo em comunidades indígenas e quilombolas?

Em todas as localidades indígenas e quilombolas do país, os recenseadores realizarão uma reunião de abordagem com a liderança comunitária antes de iniciar a coleta. Nesse momento, o Censo será apresentado para todas as lideranças, que poderão tirar dúvidas sobre a pesquisa. 

Fonte: Redação Terra
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