Bolsonaro deu a ordem para falsificar cartões de vacina, diz Cid em delação
Mauro Cid também revelou que os documentos foram impressos no Palácio do Alvorada e entregues pessoalmente a Bolsonaro
O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid admitiu, em depoimento à Polícia Federal, ter emitido certificados falsos de vacinação contra a Covid-19 em nome do então presidente Jair Bolsonaro e de sua filha de 12 anos, em 2022. As informações são da TV Globo.
Segundo detalhes fornecidos no depoimento, que integra a delação premiada de Mauro Cid, foi Jair Bolsonaro quem ordenou a emissão desses documentos falsos. Cid também revelou que ambos os documentos foram impressos no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, e entregues pessoalmente a Bolsonaro.
Embora a delação de Mauro Cid permaneça em sigilo, partes dela foram incorporadas pela Polícia Federal em um relatório que fundamentou o indiciamento de Bolsonaro, do próprio Mauro Cid e outras 15 pessoas por suspeita de fraude nos cartões de vacina.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito, decidiu retirar o sigilo desse relatório nesta terça-feira, 19.
"QUE o presidente [Bolsonaro], após saber que o COLABORADOR [Mauro Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o COLABORADOR fizesse para ele também; QUE o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha [...]; QUE o COLABORADOR solicitou a AILTON [Barros] que fizesse os cartões; QUE o COLABORADOR confirma que pediu os cartões do expresidente e sua filha [...] sob determinação do ex-presidente JAIR BOLSONARO e que imprimiu os certificados; QUE solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS de sua esposa, filhas, expresidente JAIR BOLSONARO e de sua filha, [...]", diz trecho da delação.