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Política

'Enfrentamos um preocupante aumento da extrema direita', diz Lula em artigo para jornal espanhol

Presidente brasileiro destacou que poucas vezes na história o apoio entre as forças progressistas globais se mostrou tão importante

6 mar 2024 - 12h15
(atualizado às 12h24)
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Resumo
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com o aumento da extrema direita em um artigo no jornal El País da Espanha.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília
12/12/2023
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília 12/12/2023 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua preocupação com o "crescente aumento da extrema direita" em um artigo publicado nesta quarta-feira, 6, no jornal espanhol El País. O mandatário brasileiro destacou que, quando a democracia não consegue garantir o bem-estar da população, surgem figuras que promovem "desconfiança no processo eleitoral e nas instituições políticas".

"Quando a democracia falha em garantir o bem-estar do povo, prosperam figuras que vendem soluções simplistas para problemas complexos, semeando a desconfiança no processo eleitoral e nas instituições políticas. Enfrentamos um preocupante aumento da extrema direita e de suas tradicionais ferramentas de desagregação social: o autoritarismo, a violência, a precarização do trabalho, o negacionismo climático, o discurso de ódio, a xenofobia, o racismo e a misoginia", escreveu Lula.

Sob essa perspectiva, Lula destacou a importância do apoio entre as forças progressistas globais, como a parceria existente com a Espanha, pontuando que raramente na história essa cooperação se mostrou tão crucial e urgente quanto agora.

"É nossa responsabilidade trabalharmos juntos para que a indiferença não prevaleça sobre o humanismo e para que as injustiças que se espalham dentro e entre os países dêem lugar à solidariedade e à cooperação", disse. 

Em outro trecho do artigo, Lula menciona as realizações de seu terceiro mandato e as prioridades brasileiras na presidência rotativa do G20, como a defesa pela implementação de um imposto global sobre bilionários, além da garantia de uma transição para uma economia de baixo carbono. 

"O Brasil aparece mais uma vez entre as 10 maiores economias do mundo. A economia brasileira cresceu 2,9% e o desemprego caiu para 7,6%, a menor taxa desde 2015. Ampliamos os programas de transferência de renda e restabelecemos a política de validação do trabalho e de salário mínimo. Aprovamos uma reforma tributária que vai finalmente corrigir as distorções que vêm tributando quem tem menos mais", pontuou. 

O artigo foi divulgado no dia em que Lula recebe no Palácio do Planalto o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchéz, em uma visita oficial.

No encontro, os mandatários discutiriam temas globais como as guerras da Ucrânia e na Faixa de Gaza. A reunião estava prevista para às 10h30, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Segundo informações do Itamaraty, será abordada "a grave situação humanitária em Gaza e as perspectivas de avanço de uma solução de dois Estados; o conflito na Ucrânia e as negociações do acordo Mercosul-União Europeia". Outro tema que consta na pauta é a reforma das instituições de governança global, como Organização das Nações Unidas (ONU). Este assunto é uma das prioridades da agenda internacional de Lula.

Assim como o governo alemão, o presidente espanhol é uma das principais lideranças europeias favorável ao acordo econômico entre União Europeia e Mercosul. Os termos são discutidos desde 1999 e a negociação enfrenta resistência de países como a França e setores agrícolas que defendem o protecionismo. O petista já havia se encontrado com Sánchez em abril do ano passado, durante viagem à Espanha. Na ocasião assinaram acordos bilaterais.

A Espanha tem empresas e investidores atuando em áreas estratégicas do país como nos setores energético, bancário, de telecomunicações e de seguros, entre outros. O governo brasileiro informou que "estoque total de investimentos é estimado em US$ 59 bilhões, com fluxo anual de cerca de US$ 3,3 bilhões nos últimos anos".

Fonte: Redação Terra
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