Fenômeno ótico comum nas regiões próximas aos pólos, as auroras boreais (no pólo Norte) e austrais (Sul) levam ao céu um brilho intenso e, por vezes, colorido. As auroras ocorrem basicamente devido a dois fenômenos da natureza, de acordo com o físico Sílvio Dahmen: a existência de um campo magnético na Terra e o vento solar.
"A combinação desses fenômenos para dar origem às auroras é bastante complexa e ainda há, por parte dos cientistas, muitas dúvidas sobre o mecanismo, com relação ao movimento, cores etc. Mas, em linhas gerais, conhecemos bem o fenômeno", diz Dahmen.
O professor explica que o Sol está continuamente emitindo partículas elementares, resultado de reações nucleares - esse "jorrar" constante de matéria no espaço é o que os cientistas chamam de vento solar. "O campo magnético provocado pelo vento solar, em sua maioria elétrons, interage com o campo magnético terrestre. Dependendo de uma série de condições, ocorre uma espécie de ligamento entre os dois campos, e os elétrons que vêm do espaço são atraídos para a parte do campo terrestre onde este é mais intenso: nos pólos norte (aurora boreal) e sul (aurora austral)", detalha o físico.
Segundo Dahmen, os elétrons solares colidem com os átomos da alta atmosfera, dando a eles energia. Essa absorção de energia é instável, e o átomo devolve a energia em forma de luz. "O fenômeno é o mesmo que ocorre nas lâmpadas fluorescentes, mas em escala gigantesca", compara. O físico lembra que a aurora não é um fenômeno estático, já que as luzes "dançam" no céu, e que as cores dependem da concentração de diferentes tipos de gases na atmosfera.