A chamada corrida espacial, nos anos 60, foi responsável por mudar o nosso mundo. Afinal, como viveríamos sem satélites hoje? Contudo, essa revolução também deixou um grande rastro de lixo no caminho. A quantidade de objetos dos mais variados tamanhos é tão imensa que o pentágono já alertou que o lixo espacial pode levar a uma reação em cadeia que afetaria a comunicação no planeta.
Segundo a Nasa - a agência espacial americana - existem aproximadamente 19 mil objetos com 10 cm ou mais detectados. Os objetos entre 1 e 10 cm chegam a 500 mil, e aqueles com menos de 1 cm são estimados em dezenas de milhões.
Mas daí vem a pergunta, o que um pedaço de metal tão pequeno pode fazer? Simples, uma peça pode danificar um satélite. Ou pior, peças maiores podem se chocar e criar peças menores e assim por diante, aumentando ainda mais o lixo espacial.
Há três casos relativamente recentes de problemas envolvendo os restos da corrida espacial. No primeiro, a equipe da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) se viu obrigada a alterar sua rota para desviar de detritos.
Em 2009, o caso foi mais grave. Uma sonda militar russa desativada atingiu um satélite americano de comunicações sobre a Sibéria, o que liberou cerca de 1,5 mil peças no espaço. Em 2007, um teste com um míssil chinês liberou mais 150 mil peças de lixo.
Os Estados Unidos - um dos principais responsáveis pelo "lixão" orbital - já defende inclusive que a Organização das Nações Unidas (ONU) intervenha e emita orientações para que o espaço pare de ser lotado com restos de foguetes, satélites e outros equipamentos. "O espaço precisa de policiamento e leis para proteger o interesse público", disse Mazlan Othman, diretor da para Assuntos do Espaço Exterior em entrevista ao jornal inglês Daily Mail.