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São Paulo detalha novo currículo para o ensino médio; entenda os principais pontos

Ao todo, serão 3.150 horas distribuídas ao longo dos três anos; alunos poderão escolher áreas da formação geral para aprofundamento extracurricular, ensino técnico ou profissionalizante, projeto de vida, tecnologia e inovação

31 jul 2020 - 12h48
(atualizado em 3/8/2020 às 16h43)
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São Paulo se tornou o primeiro Estado a aprovar o novo currículo escolar para o Ensino Médio, após a proposta ter passado por unanimidade no Conselho Estadual de Educação durante votação na última quarta-feira, 29. O documento agora precisa ser homologado pelo secretário Rossieli Soares, responsável também por criar as novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) durante sua gestão no Ministério da Educação, em 2018, no governo do ex-presidente Michel Temer.

Em nota, o secretário disse que esse é "mais um passo de uma longa caminhada". "São Paulo sempre foi referência quando se fala em construção curricular e vai servir de grande exemplo. Nosso bônus demográfico acaba agora, entre o final do ano de 2021 para 2022. Começamos a virar a chave e teremos menos jovens, por isso, formá-los cada vez melhor será ainda mais importante para o nosso País", afirmou Soares.

O novo currículo do ensino médio começou a ser construído em 2019, com participação de 140 mil estudantes e 18 mil professores. O objetivo do governo estadual é que as mudanças comecem a ser implementadas progressivamente a partir do próximo ano letivo, começando pelo 1º ano do ensino médio. Em 2022, a nova grade será aplicada à segunda série e, em 2023, ao terceiro ano. "No momento de pós-pandemia, a educação terá um papel ainda mais fundamental. Precisamos aproveitar essa ligação com a sociedade que, infelizmente, veio de uma forma assim, mas não podemos perder essa janela de oportunidade."

Na nova proposta do BNCC, os alunos cumprirão uma carga de 1.800 horas durante a formação básica e outras 1.350 para itinerários formativos. Nesta última será possível escolher entre uma ou duas áreas da formação geral para aprofundamento extracurricular, ensino técnico ou profissionalizante, além de disciplinas eletivas, projeto de vida, e tecnologia e inovação. Ao todo, serão 3.150 horas distribuídas ao longo do ensino médio.

Nesta segunda-feira, 3, Rossieli detalhou o novo currículo do Estado de São Paulo para o Ensino Médio, que terá um total de 12 cursos nos itinerários formativos para os estudantes - sete a mais do que o mínimo exigido pelo BNCC. Uma das opções é voltada para a formação de assistentes de professores, como uma espécie de nova versão do antigo magistério.

Todos os componentes curriculares que existiam antes serão mantidos e aprofundados nos itinerários informativos, que já estarão disponíveis para aqueles que ingressarem no ensino médio em 2021. Será possível também para escolas das redes pública e privadas criarem novos cursos extracurriculares que não estejam previstos entre os já apresentados, desde que submetidos às diretorias de ensino.

Os itinerários formativos serão divididos em 4 áreas de conhecimento, 6 itinerários integrados e a formação técnica, que pode ser divida entre técnica e profissional ou para professores. Também será possível cursar itinerários integrados, que combinam mais de uma área de interesse. Para os alunos que não encontrarem o curso desejado na instituição em que estiverem matriculados, haverá mobilidade para a formação em mais de uma instituição.

Raquel Teixeira, recém-anunciada como coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Efap), e o secretário de Educação do Estado de São Paulo Rossieli Soares, segurando uma cópia física do novo currículo escolar para o ensino médio
Raquel Teixeira, recém-anunciada como coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Efap), e o secretário de Educação do Estado de São Paulo Rossieli Soares, segurando uma cópia física do novo currículo escolar para o ensino médio
Foto: Divulgação / Estadão

Durante a coletiva de imprensa desta segunda, Raquel Teixeira, ex-secretária de Educação de Goiás, foi anunciada como a nova coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Efap). "Assumir a formação de professores nesse momento de desafios e possibilidades é uma tarefa que eu assumo com enorme entusiasmo e confiança nos resultados que podemos obter", declarou, afirmando que São Paulo pode se tornar uma referência internacional do setor.

Raquel commentou que o principal apoio emergencial à formação de professores, neste momento, é a reconquista de aprendizagens perdidas e reforço. Além disso, ela também apresentou um plano para que professores tenham, a partir do próximo ano, cursos de especialização de longa duração e mestrado profissional, que será ofertados por meio de uma parceria entre a Efep e instituições de ensino superior.

Abaixo, confira as opções de itinerários formativos que estarão disponíveis no ensino médio de São Paulo a partir do próximo ano:

Áreas de conhecimento:

  • Linguagens: Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua estrangeira
  • Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: História, Geografia, Filosofia e Sociologia
  • Ciências da Natureza: Biologia, Química e Física
  • Matemática

Itinerários integrados

  • Linguagens e Matemática
  • Linguagens e Ciências Humanas
  • Linguagens e Ciências da Natureza
  • Matemática e Ciências Humanas
  • Matemática e Ciências da Natureza
  • Ciências Humanas e Ciências da Natureza

Formação técnica

  • Formação técnica e profissional
  • Formação de professores
Estadão
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