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O Césio 137
Terça, 12 de novembro de 2002 
Os perigos do Céu Azul
 
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Marcela Mourão/Redação Terra

O elemento químico césio, cujo nome vem do latim caesius, que significa céu azul, foi descoberto em 1860. O pó azul é um elemento radioativo que não existe na natureza. Ele é resultado da queima do Urânio 235 dentro de um reator nuclear.

Não há mais, no Brasil, aparelhos com o Césio 137. Hoje, de acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a radioterapia utiliza equipamentos com cobalto 60, que são muito similares aos com Césio, mas, pelos aceleradores lineares de elétrons, só produzem radiação quando ligados a uma fonte de alta tensão.

Qualquer aparelho que contenha material radioativo deve seguir as recomendações da Comissão, tanto para seu uso, quanto para seu armazenamento ou desativação. Quando um serviço não utilizar mais um equipamento que possua fonte radioativa, o mesmo passa por uma inspeção da CNEN e recebe as devidas orientações para o recolhimento da fonte para um dos depósitos da CNEN.

Toda instalação, para utilizar esses tipos de aparelhos, tem que ser autorizada pela CNEN e que, para conceder a autorização, exige condições técnicas e de segurança. Além disso, existe o programa de fiscalização das instalações. A cada dois anos, ou em intervalos menores, quando necessário, inspetores são enviados para verificar se as instalações estão em conformidade com todos os requisitos de radioproteção e segurança estabelecidos em normas específicas.

A chefe da Divisão de Física em Radioterapia do Departamento de Física Médica da CNEN, Maria Helena Marechal, disse que o Brasil, hoje, exerce um controle efetivo das instalações radioativas e nucleares no País, através da atuação da comissão. "Não acredito que um acidente das proporções que teve Goiânia aconteceria hoje, isto porque, além do controle efetivo da CNEN, contamos também com um Grupo de Emergências Nucleares e Radiológicas qualificado e com capacidade de resposta 24 horas por dia".

Chernobyl X Goiânia

O físico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Pinguelli Rosa explicou à Globonews as diferenças entre a tragédia de Chernobyl (1986) e o acidente de Goiânia.

No primeiro caso, havia um reator nuclear com toneladas de material radioativo (Césio 137, Estrôncio 90 e Plutônio 239) com vida média de milhares de anos. O reator sofreu uma explosão térmica, espalhando uma nuvem radioativa que atingiu uma população de milhares de pessoas a grandes distâncias. Isso ocasionou uma maior probabilidade de câncer. No entanto, os casos agudos de doenças e as mortes foram registradas entre os técnicos.

Em Goiânia, havia um equipamento radioativo com uma cápsula contendo somente Césio 137 em dezenas de gramas e com vida média de 30 anos. Um roubo, seguido do rompimento da peça, fez com que o pó se espalhasse sobre o chão, materiais e no corpo humano em uma área limitada, contaminando centenas de pessoas. No entanto, a gravidade foi o registro de casos agudos de doenças e mortes na população e não somente em técnicos.
 



 
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