Farc nega ligação com governo da Venezuela
Sexta, 01 de fevereiro de 2002, 19h16
A guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) negou hoje, em Porto Alegre, que tenha vínculos políticos com o governo da Venezuela. "Há uma simpatia entre os povos venezuelano e colombiano", esclareceu o integrante da comissão internacional do grupo, Julián Romero, numa entrevista coletiva paralela ao 2º Fórum Social Mundial (FSM).
Romero atribuiu a uma campanha de descrédito o conteúdo de um vídeo divulgado esta semana em Caracas que sugere ligações estreitas de autoridades da Venezuela com a guerrilha. O porta-voz das Farc afirmou que grupos de poder de ambos os países promoveram tais denúncias com a cumplicidade de grandes meios de comunicação, embora não tenha dado detalhes. As declarações de Romero, que compareceu diante dos jornalistas vestido de roupa verde oliva, foram feitas mesmo depois do veto da organização do FSM para a inscrição da entidade. O porta-voz reduziu a importância das conseqüências do recrudescimento da violência nas últimas três semanas, ao afirmar que o processo de diálogo com o Governo do presidente Andrés Pastrana se cumpre em condições "de guerra". Disse que na Colômbia só se fala "das pessoas que são mortas pela guerrilha", mas não são mencionados os atropelos cometidos pelos paramilitares e pelo Exército.
Assegurou que com tal atitude, o Governo colombiano procura minimizar o poder político das Farc neste ano de eleições gerais. Ressaltou que a cúpula da guerrilha realiza desde 1999 com o Governo de Pastrana um processo de "diálogo" e "não de negociação". Julián Romero assegurou que os mais de 10.000 homens armados da mais antiga organização guerrilheira em atividade "têm uma possibilidade real de vitória".
EFE
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