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Bernie Sanders desiste de campanha eleitoral nos EUA

Democrata estava em desvantagem política contra Joe Biden

8 abr 2020 - 13h41
(atualizado às 13h53)
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Bernie Sanders desistiu da campanha eleitoral nos EUA
Bernie Sanders desistiu da campanha eleitoral nos EUA
Foto: EPA / Ansa

O senador Bernie Sanders anunciou o encerramento de sua campanha eleitoral pela indicação do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos nesta quarta-feira (08).

"Eu queria poder dar melhores notícias, mas sei que vocês sabem a verdade. Mesmo que tenhamos apoio de tantas pessoas, eu conclui que a nossa campanha não teria sucesso ao fim. Essa é uma decisão difícil e dolorosa", disse Sanders durante o pronunciamento, ressaltando que "se eu achasse que nós tivéssemos chance, eu continuaria, mas isso não é possível".

Durante sua fala, o senador afirmou que apoiará a nomeação de seu rival na disputa, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, e que se unirá a ele para derrotar o atual mandatário, Donald Trump.

"Hoje eu parabenizo Joe Biden e eu vou trabalhar com ele para a vitória. Biden vai ser nomeado, mesmo com as demais primárias sendo realizadas. Então, juntos, nós vamos lutar para derrotar Donald Trump, o mais perigoso presidente da história moderna dos EUA", criticou.

Sanders passou grande parte de seu pronunciamento agradecendo a todas as pessoas que se empenharam em sua campanha seja financeiramente, "convencendo amigos e familiares" ou atuando nas redes sociais, e destacou que sua luta não era apenas uma campanha, ressaltando a importância da "justiça para todos" e da criação de um sistema amplo e nacional de saúde.

"Mas como vocês sabem, a gente nunca foi só uma campanha. A gente sempre acreditou que a mudança não vem de cima para baixo, mas de baixo para cima. Nós enfrentamos Wall Street, grandes indústrias. A luta continua, e se a campanha acabou, nosso movimento não", destacou ainda.

Em um momento de mais críticas a Trump, Sanders lembrou da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país e destacou que o atual presidente "não está protegendo as pessoas". Ele ainda disse que, por conta da crise, muitos norte-americanos começaram a entender a necessidade de ampliar o acesso ao sistema de saúde de maneira gratuita e de garantir a proteção aos empregos.

Em uma alfinetada para o establishment democrata, Sanders pontuou que muitos consideram suas ideias "radicais" na defesa das minorias, da importância do respeito e do cuidado ao meio-ambiente e na defesa de mais direitos para as pessoas. Mas, que isso hoje em dia, já está sendo aplicado em vários locais nesse momento. "Por favor, fiquem nessa luta comigo. A luta continua", finalizou.

Sanders começou a campanha eleitoral vencendo uma série de primárias democratas. Por conta disso, o establishment do Partido resolveu entrar em cena no início de março para indicar um nome considerado mais "moderado" para a disputa, apoiando em massa o ex-vice-presidente. Essa atuação mostrou-se decisiva para a corrida eleitoral interna, com Biden começando a acumular uma série de vitórias em sequência em estados considerados "chave" e abrindo vantagem na quantidade de delegados necessários para a indicação.

No entanto, com a pandemia do novo coronavírus, a campanha eleitoral ficou em segundo plano e a desistência de Sanders já era aguardada - pois ele não teria tempo nem ativos para conseguir virar a disputa. Segundo o site "Politico.com", Biden contabiliza 1.147 dos 1.991 delegados necessários para receber a indicação dos democratas na convenção do partido, que foi adiada e será realizada na semana do dia 17 de agosto - em data ainda a ser anunciada.

Ansa - Brasil   
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