Fittipaldi perde, mas italianos do Brasil elegem deputado
Ex-piloto de F1 não conseguiu se eleger na Itália
O bicampeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi e o ex-embaixador Andrea Matarazzo foram derrotados na eleição na América do Sul para uma vaga no Senado da Itália.
Mesmo sendo figuras bastante conhecidas na comunidade ítalo-brasileira, os dois acabaram superados pelo deputado ítalo-argentino Mario Borghese, do Movimento Associativo dos Italianos no Exterior (Maie), de centro, com 58.233 votos.
Fittipaldi, concorrendo pelo partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), da vitoriosa Giorgia Meloni, obteve 37.373 votos, enquanto Matarazzo, do Partido Socialista Italiano (PSI), aparece com 30.535.
Até as eleições de 2018, o colégio eleitoral da América Meridional tinha direito a duas vagas no Senado da Itália e quatro na Câmara, mas esses números caíram pela metade devido a uma reforma constitucional que reduziu em um terço o total de cadeiras no Parlamento.
Com isso, Borghese se beneficiou de um número de eleitores maior na Argentina, onde 34,80% dos mais de 700 mil italianos habilitados votaram para o Senado. No Brasil, os eleitores totalizam cerca de 440 mil, e apenas 26,96% participaram da votação para a Câmara Alta, segundo o Ministério do Interior.
Em cifras absolutas, foram 242.443 votos válidos na Argentina e 104.304 no Brasil, considerando apenas o Senado.
Vitória ítalo-brasileira
Os italianos da América do Sul também elegeram dois deputados para o Parlamento: o ítalo-argentino Franco Tirelli (Maie), com 44.468 votos, e o italiano radicado no Brasil Fabio Porta, do centro-esquerdista Partido democrático (PD), com 22.436.
Atualmente senador, Porta quase ficou de fora, já que o PD teve 20,30%, enquanto a coalizão de direita alcançou 20%, o que significa uma diferença de apenas 1.212 votos (assim como no Brasil, o voto vai primeiro para a coligação e depois para o candidato).
A aliança conservadora havia candidato à reeleição o deputado ítalo-brasileiro Luis Lorenzato, bolsonarista convicto.
"A gente já sabia que, com a redução do Parlamento, a luta seria um pouco mais complicada que das outras vezes", disse Porta em entrevista à ANSA. "Mas, justamente por isso, estamos duas vezes mais felizes que das outras vezes, porque só havia metade das vagas", acrescentou.
Como integrante do PD, o futuro deputado fará oposição ao provável governo de Meloni, mas ele prometeu atuar de forma "construtiva" para buscar "soluções positivas" para os italianos no exterior. "Espero disponibilidade do governo, seja de direita ou de outro tipo, para resolver os problemas dos cidadãos no exterior", disse Porta.
Nas eleições para a Câmara, a afluência do eleitorado italiano no Brasil foi de 26,8%.