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Promotores mostram novos detalhes da tentativa de Trump de reverter derrota eleitoral

2 out 2024 - 20h14
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Promotores disseram que Donald Trump atuou fora da prerrogativa do cargo de presidente quando pressionou autoridades estaduais e o então vice-presidente Mike Pence para tentar reverter a sua derrota eleitoral em 2020, de acordo com um documento judicial tornado o público nesta quarta-feira.

O documento de 165 páginas é provavelmente a última oportunidade para os promotores detalharem seu caso contra Trump antes da eleição de 5 de novembro, uma vez que não haverá julgamento antes de Trump enfrentar a vice-presidente democrata Kamala Harris.

O documento visa manter avançando o processo criminal federal por subversão eleitoral contra o candidato presidencial republicano após uma decisão da Suprema Corte dos EUA em julho, que afirma que ex-presidentes têm ampla imunidade de processos por suas ações oficiais no cargo.

Os promotores, que trabalham com o promotor especial Jack Smith, apresentaram um relato abrangente da conduta de Trump após a eleição de 2020, grande parte da qual já foi divulgada por meio de reportagens, descobertas do comitê do Congresso que investigou a insurreição no Capitólio ou pelo indiciamento obtido por Smith no caso.

O texto inclui a alegação de que um funcionário da Casa Branca ouviu Trump dizer a membros da família que "não importa se você ganhou ou perdeu a eleição. Você ainda precisa lutar como um louco".

Trump se declarou inocente de quatro acusações criminais que o acusam de conspiração para obstruir a certificação da eleição pelo Congresso, fraudar os EUA para impedir resultados precisos e interferir nos direitos de voto dos norte-americanos.

Grande parte da texto se concentra nas negociações de Trump com o então vice-presidente e companheiro de chapa Mike Pence, a quem Trump tentou pressionar a usar seu papel oficial na supervisão da certificação dos resultados das eleições em 6 de janeiro de 2021 para reverter sua derrota.

Trump fez um discurso inflamado naquele dia, antes que seus apoiadores invadissem o Capitólio gritando "enforquem Mike Pence", enfrentando a polícia e fazendo com que parlamentares corressem por suas vidas.

Os promotores alegam que, quando um assessor da Casa Branca informou Trump, que assistia à cobertura da insurreição na TV, que Pence havia sido levado para um local seguro, Trump respondeu "e daí?".

Os promotores disseram que não planejavam usar essa interação no julgamento, dada a decisão de imunidade da Suprema Corte.

Pence foi identificado pelo nome ao longo do documento judicial. Os nomes de muitos outros membros da administração de Trump, aliados e autoridades estaduais que ele visou estão censurados, embora os detalhes de suas localizações e ações deixem suas identidades prováveis claras.

O documento mostra casos em que Trump zombou em particular das alegações que seus aliados estavam fazendo publicamente em seu nome. Por exemplo, durante uma ligação com uma advogada não identificada que parece ser Sidney Powell, Trump a colocou no mudo e chamou suas alegações de "malucas", segundo o documento.

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