Carrefour instala painéis nas lojas para evitar contágio
Funcionários também terão disponíveis máscaras e álcool gel para limpar as mãos e as caixas registradoras; sinalização no piso da loja vai lembrar que seja mantida distância de um metro entre outra pessoa na loja
SÃO PAULO - O Carrefour, a maior rede de supermercados do País, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), implantou um plano de emergência em suas lojas para tentar reduzir o risco de contaminação do novo coronavírus entre funcionários e clientes, especialmente os idosos. No momento em que o País enfrenta a maior crise de saúde pública da história, supermercados e farmácias são os únicos segmentos do varejo autorizados a manterem as lojas abertas porque vendem itens de primeira necessidade.
Quem entrar nas lojas do Carrefour instaladas na cidade de São Paulo este final de semana vai se deparar com os caixas e os funcionários que atendem ao público isolados por um painel transparente de acrílico, como há no caixa das agências bancárias. "Já instalamos em todas as lojas de São Paulo e entre segunda e terça-feira da semana colocaremos em outros estados", disse ao Estado o CEO de Varejo do Carrefour, Luís Moreno. Com cerca de 400 lojas, a rede está em 14 estados.
Além do painel, os funcionários terão disponíveis máscaras e álcool gel para limpar as mãos e as caixas registradoras. Sinalização no piso da loja vai lembrar que seja mantida distância de um metro entre outra pessoa na loja. A recomendação é que os clientes usem cartão na hora de pagar porque se trata de um meio pagamento que tem menor risco de contaminação comparado com o dinheiro vivo.
"Como Itália, França e Espanha estão de três a cinco semanas à frente do Brasil nessa crise de saúde pública, vamos formalizar os protocolos usados nas nossas lojas nesses países para que sejam usados pelos varejistas menores", diz o executivo. A intenção da empresa a é entregar na semana que vem uma lista de procedimentos recomendados para reduzir o risco de contaminação às prefeituras e autoridades de saúde pública para que essas medidas de segurança sejam disseminadas entre os varejistas de menor porte que, na maioria das vezes, não têm ideia de como proceder .
Moreno destaca que dos 40 mil funcionários da rede francesa no País, cerca de 2 mil são administrativos e 90% já estão trabalhando de casa. O restante, que é mais do que a população de muitas pequenas cidades, trabalha nas lojas e nos centros de distribuição. Este grupo não pode executar trabalhos remotos porque tem de estar na frente de loja em contato com o cliente. A empresa vai medir a temperatura dos funcionários das lojas e criou um aplicativo com uma série de perguntas para que o empregado possa avaliar se apresenta algum sintoma da doença. Funcionários idosos, gestantes e aqueles que sofrem de doenças crônicas estão afastados.
Idosos
Moreno diz que um dos focos de preocupação da varejista são clientes idosos, o principal grupo de risco do novo coronavírus. Nas lojas, pessoas com mais de 60 anos de idade terão atendimento preferencial. "Queremos que eles fiquem o menos tempo dentro da loja", diz o executivo. Também no site, esse consumidor vai ter prioridade em relação aos demais.
Nas últimas semanas, as vendas online da triplicaram comparadas com período quando não tinha se disseminado o vírus no País. Nas lojas físicas, as vendas dobraram, considerando a mesmo critério. "O cliente está fazendo compras bem maiores", diz Moreno. Ele admite que neste momento pode haver falta de uma marca específica de produto, mas frisa que, por enquanto, a indústria está conseguindo atender ao volume maior de pedidos.
Para equilibrar a oferta com a demanda, que cresceu repentinamente, faz três dias que a rede francesa decidiu estabelecer limites de unidades vendidas de determinados produtos por cliente.