Adoçante aspartame pode aumentar ansiedade, segundo estudo

Um estudo mostrou que o consumo do adoçante aspartame alterou o comportamento de roedores, tornando-os ansiosos e impactando até mesmo os seus filhotes

15 dez 2022 - 13h40
(atualizado às 17h13)

Segundo um estudo publicado na revista científica PNAS no último dia 2, o adoçante artificial aspartame pode desencadear quadros de ansiedade. Por enquanto, os testes foram feitos apenas em roedores, mas já servem de alerta para os pesquisadores, que devem buscar maiores informações, em futuras análises.

No estudo, os roedores participantes mostraram comportamento ansioso quando tinham acesso a água com aspartame equivalente a 15% da quantidade diária máxima recomendada para humanos. Esse comportamento também foi passado para a prole dos animais, por até duas gerações.

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Para analisar os níveis de ansiedade, os pesquisadores conduziram um sequenciamento de RNA em partes específicas do sistema nervoso, concentrados em analisar os genes do tecido. Através dessa técnica, o grupo identificou mudanças na amígdala, uma parte do cérebro associada à regulação da ansiedade.

Foto: Renan da Silva/Canaltech / Canaltech

A teoria dos especialistas em relação a essa mudança comportamental é que o aspartame é feito de ácido aspártico, fenilalanina e metanol, e essas substâncias podem afetar o sistema nervoso central. Para se certificar de que era realmente ansiedade, a equipe também tratou os roedores com ansiolítico. Aqueles que receberam o remédio pararam de ter esse comportamento, e mesmo as gerações posteriores já não nasceram com ansiedade.

Não é a primeira vez que a ciência leva em conta a possível relação entre o aspartame e a ansiedade. Entretanto, estudos anteriores com outras espécies de animais não encontraram nenhuma mudança no comportamento. Isso só aumenta a necessidade de mais estudos, para entender de uma vez por todas como funciona essa interação no organismo.

Outros estudos apontam malefícios na utilização de adoçante artificial. Um artigo da revista Cell sugeriu que consumir essas substâncias regularmente pode alterar o microbioma intestinal em composição e função, e prejudicar a tolerância à glicose.

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Fonte: PNAS via Science Alert 

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