Advogados de CFO da Huawei devem contestar extradição em segundo dia de audiências no Canadá

21 jan 2020 - 14h05

A vice-presidente financeira da Huawei, Meng Wanzhou, deve voltar a um tribunal de Vancouver nesta terça-feira, onde seus advogados vão rejeitar o pedido de extradição dela para os Estados Unidos, que eles dizem ser uma violação de sanções e não uma fraude bancária.

Vice-presidente de finanças da Huawei, Meng Wanzhou, no Canadá. 20/1/2020.  REUTERS/Lindsey Wasson
Vice-presidente de finanças da Huawei, Meng Wanzhou, no Canadá. 20/1/2020. REUTERS/Lindsey Wasson
Foto: Reuters

Meng, 47 anos, chegou a um tribunal de Vancouver na segunda-feira para a primeira fase de uma audiência que durará pelo menos quatro dias, durante os quais sua equipe jurídica argumentou que a "dupla criminalidade" estava no centro do caso, enquanto a China repetia seu pedido para o Canadá libertá-la.

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Os EUA acusaram Meng de fraude bancária, e de enganar o HSBC sobre os negócios da Huawei no Irã.

Os processos judiciais mostram que os EUA emitiram o mandado de prisão, que o Canadá executou em dezembro de 2018, porque acreditam que Meng encobriu tentativas de empresas ligadas à Huawei de vender equipamentos ao Irã, violando sanções dos EUA.

Nesta terça, espera-se que a defesa responda à pergunta da juíza da Suprema Corte da Colúmbia Britânica, Heather J. Holmes, se a suposta fraude bancária de Meng contra o HSBC pode ser interpretada como uma fraude se tivesse acontecido no Canadá.

Meng, filha do fundador bilionário da Huawei, Ren Zhengfei, disse que é inocente e está lutando contra a extradição, em parte porque sua suposta conduta não era ilegal no Canadá, um argumento chamado de "dupla criminalidade".

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Ao contrário dos EUA, o Canadá não tinha sanções contra o Irã na época em que as autoridades canadenses autorizaram o início do processo de extradição, disseram seus advogados.

Na segunda-feira, o advogado de defesa Richard Peck disse o caso é fundamentado em uma alegação de violação das sanções dos EUA, sanções que o Canadá expressamente repudiou.

Atualmente, a equipe jurídica de Meng só poderá apresentar provas na última semana de abril, e uma segunda fase da audiência, com foco no abuso do processo e se as autoridades canadenses seguiram a lei quando prenderam Meng, deve começar em junho. Os argumentos de encerramento são esperados na última semana de setembro e na primeira semana de outubro.

Especialistas jurídicos disseram que pode levar anos até que uma decisão final seja tomada no caso, já que o sistema de justiça do Canadá permite que muitas decisões sejam apeladas.

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