A vice-presidente financeira da Huawei, Meng Wanzhou, deve voltar a um tribunal de Vancouver nesta terça-feira, onde seus advogados vão rejeitar o pedido de extradição dela para os Estados Unidos, que eles dizem ser uma violação de sanções e não uma fraude bancária.
Meng, 47 anos, chegou a um tribunal de Vancouver na segunda-feira para a primeira fase de uma audiência que durará pelo menos quatro dias, durante os quais sua equipe jurídica argumentou que a "dupla criminalidade" estava no centro do caso, enquanto a China repetia seu pedido para o Canadá libertá-la.
Os EUA acusaram Meng de fraude bancária, e de enganar o HSBC sobre os negócios da Huawei no Irã.
Os processos judiciais mostram que os EUA emitiram o mandado de prisão, que o Canadá executou em dezembro de 2018, porque acreditam que Meng encobriu tentativas de empresas ligadas à Huawei de vender equipamentos ao Irã, violando sanções dos EUA.
Nesta terça, espera-se que a defesa responda à pergunta da juíza da Suprema Corte da Colúmbia Britânica, Heather J. Holmes, se a suposta fraude bancária de Meng contra o HSBC pode ser interpretada como uma fraude se tivesse acontecido no Canadá.
Meng, filha do fundador bilionário da Huawei, Ren Zhengfei, disse que é inocente e está lutando contra a extradição, em parte porque sua suposta conduta não era ilegal no Canadá, um argumento chamado de "dupla criminalidade".
Ao contrário dos EUA, o Canadá não tinha sanções contra o Irã na época em que as autoridades canadenses autorizaram o início do processo de extradição, disseram seus advogados.
Na segunda-feira, o advogado de defesa Richard Peck disse o caso é fundamentado em uma alegação de violação das sanções dos EUA, sanções que o Canadá expressamente repudiou.
Atualmente, a equipe jurídica de Meng só poderá apresentar provas na última semana de abril, e uma segunda fase da audiência, com foco no abuso do processo e se as autoridades canadenses seguiram a lei quando prenderam Meng, deve começar em junho. Os argumentos de encerramento são esperados na última semana de setembro e na primeira semana de outubro.
Especialistas jurídicos disseram que pode levar anos até que uma decisão final seja tomada no caso, já que o sistema de justiça do Canadá permite que muitas decisões sejam apeladas.