Agência dos EUA investiga uso titânio falsificado em aviões da Boeing e Airbus

As peças de titânio, fornecidas por empresa da China, teriam buracos e problemas de corrosão

18 jun 2024 - 16h40
Um dos aviões que podem ter recebido o titânio falsificado é o Boeing 737
Um dos aviões que podem ter recebido o titânio falsificado é o Boeing 737
Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) está investigando o uso de peças de titânio falsificadas em aeronaves comerciais da Boeing e Airbus. As peças, fornecidas por uma empresa chinesa em 2019, apresentaram sinais de corrosão, levantando preocupações sobre a segurança dos aviões.

É importante destacar que a espaçonave Starliner, que teve seu lançamento cancelado no início de maio deste ano, é da Boeing. O cancelamento foi decorrente de problemas apresentados no foguete Atlas V. A nave transportaria dois astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS).

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A investigação foi iniciada após a Spirit AeroSystems, fornecedora das fabricantes, detectar pequenos buracos de corrosão nas peças de titânio. Esses componentes falsificados podem ter sido instalados em vários modelos de aviões, incluindo os Boeing 737 MAX, 787 Dreamliner e Airbus A220, produzidos entre 2019 e 2023.

Tanto a Boeing quanto a Airbus tomaram medidas imediatas após a descoberta. A Boeing afirmou que os testes realizados até agora indicam que a liga de titânio usada não compromete a segurança, e que todas as peças afetadas estão sendo removidas antes da entrega de novas aeronaves.

A empresa também destacou a colaboração estreita com a FAA e seus fornecedores para garantir a autenticidade dos materiais.

O titânio é um elemento químico metálico, conhecido por sua alta resistência, leveza e resistência à corrosão
Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Impacto na Indústria Aeroespacial

A Airbus confirmou estar ciente do problema e assegurou que a segurança de suas aeronaves não foi comprometida. Diversos testes foram realizados nas peças suspeitas e a fabricante continua monitorando a situação de perto.

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Em comunicado, a FAA alertou para que as outras empresas aéreas fiquem atentas ao ocorrido: "A Boeing relatou uma revelação voluntária à FAA sobre a aquisição de material por meio de um distribuidor que pode ter falsificado ou fornecido registros incorretos. Os fornecedores devem permanecer alertas quanto ao potencial de registros falsificados".

Isso reforça a importância de verificar a integridade na cadeia de suprimentos da indústria aeroespacial. Com a guerra na Ucrânia interrompendo o fornecimento de titânio russo, em 2022, as empresas têm enfrentado desafios para garantir materiais de alta qualidade.

A Spirit AeroSystems está colaborando ativamente com a FAA na investigação e já realizou mais de mil testes para verificar a conformidade dos materiais. A empresa reafirmou seu compromisso com a segurança e a qualidade das aeronaves.

Fonte: Redação Byte
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