"Animal silvestre não é pet”, diz Ibama sobre influenciador da capivara

Influenciador do AM foi multado pelo órgão em mais de R$ 17 mil

20 abr 2023 - 12h22
(atualizado às 12h24)
Influencer do Instagram e TikTok Agenor Tupinambá com capivara
Influencer do Instagram e TikTok Agenor Tupinambá com capivara
Foto: Redes sociais / Reprodução

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) disse que “animal silvestre não é pet”, em nota sobre o caso de Agenor Tupinambá, influenciador autuado pelo órgão por compartilhar nas redes sociais sua rotina cuidando de Filó, uma capivara.

A situação causou comoção na internet após o criador de conteúdo informar que seria multado pelo Ibama em mais de R$ 17 mil e que teria que entregar o animal à instituição.

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Segundo o órgão, Tupinambá foi autuado com base no decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).

"O caso chegou ao conhecimento do Ibama após a morte de um bicho-preguiça que o rapaz, morador da cidade de Autazes (Amazonas), criava em sua propriedade. No local os agentes encontraram um papagaio e uma capivara. Agenor não tinha autorização legal para manter os animais em sua posse", diz a nota.

O Ibama também afirma que a exposição de espécimes silvestres como pets em redes sociais estimula a procura por esses animais, aquecendo o tráfico de espécies da fauna brasileira.

Veja nota do Ibama na íntegra

Animal silvestre não é pet.

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Por mais que algumas pessoas queiram cuidar de animais silvestres, quando os encontram na natureza, é necessário entender que eles não são animais domésticos, como cães e gatos.

Capivara e bicho-preguiça são animais silvestres. Criar ou manter esses animais em casa é proibido pela legislação brasileira.

Com base no Decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), o Ibama autuou nesta terça-feira (18/04) o influenciador digital Agenor Tupinambá por práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais. As multas aplicadas totalizam R$ 17.030,00.

O caso chegou ao conhecimento do Ibama, após a morte de um bicho-preguiça que o rapaz, morador da cidade de Autazes (Amazonas), criava em sua propriedade. No local os agentes encontraram um papagaio e uma capivara. Agenor não tinha autorização legal para manter os animais em sua posse.

Agenor também recebeu duas notificações que determinam a retirada de conteúdo audiovisual alusivo à criação de animais silvestres em ambiente doméstico e a entrega do papagaio e da capivara ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Manaus.

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É importante salientar que além de ser crime manter animais silvestres irregularmente, a exposição de espécimes silvestres como pets em redes sociais, estimula a procura por esses animais, aquecendo o tráfico de espécies da fauna brasileira.

Por mais que se acredite estar ajudando um animal silvestre, dando comida e abrigo, é importante entender que essa atitude pode prejudicá-lo, pois reduz sua capacidade de sobrevivência na natureza. Animais silvestres também podem transmitir doenças graves para os humanos.

Ao encontrar algum animal silvestre ferido, deve-se acionar o órgão público competente.

A legislação brasileira não admite a hipótese de regularizar junto aos órgãos ambientais um animal adquirido ou mantido sem autorização. Quem possui animal silvestre em situação irregular pode realizar entrega voluntária ao órgão ambiental competente para evitar penalidades previstas na legislação.

Entenda o caso

Tupinambá viralizou nas redes sociais compartilhando uma relação de "amizade" com uma capivara que conheceu nos arredores de sua casa, em Autazes (AM).

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Na terça-feira (18), ele compartilhou a multa aplicada pelo Ibama.

Ele teria sido obrigado a entregar o animal, batizada de Filó, ao Ibama e excluir todos os vídeos dele com o bicho em seus perfis de redes sociais. Conteúdos com a papagaia Rosa, outro animal silvestre cuidado por ele, também precisaram ser deletados. 

De acordo com uma nota em sua conta no Instagram, o fazendeiro foi denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração, sob a acusação de retirar Filó e Rosa do seu habitat natural. Ambos devem ser encaminhados a um centro de tratamento animal.

Segundo o criador de conteúdo, ele estava indo à faculdade e o coordenador da instituição ligou para ele, avisando que funcionários do Ibama foram ao local tentar contato com Agenor. 

"Eu vou ter uma reunião amanhã com o pessoal de advocacia e o pessoal jurídico para ver tudo isso sobre as multas, sobre tudo que tá acontecendo. Daí eu tenho uma resposta para vocês. Eu tenho 20 dias para recorrer à minha defesa", disse.

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Natural de Autazes (AM), Agenor tem mais de 360 mil seguidores no Instagram e 1,3 milhão no TikTok. Em entrevista ao site Bored Panda, disse que Filó apareceu em sua vida quando seu primo, que morava perto de uma aldeia indígena, viu com vizinhos uma capivara grávida.

"Quando cortaram a barriga, Filó nasceu e conseguiu sobreviver. Os índios a deram ao meu primo e ele a deu para mim", disse Agenor, que postava vídeos dando banho e trocando afetos com o animal.

Byte procurou Agenor e aguarda o pronunciamento do influenciador.

Fonte: Redação Byte
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