Após falha, Artemis I da Nasa tenta novo voo; entenda nova missão à Lua

Missão testará recursos para futuras empreitadas da Nasa, como a espaçonave Orion, que poderá ser usada em viagens tripuladas

3 set 2022 - 05h00
Foguete Space Launch System da Nasa, que levará missão Artemis I neste sábado (3)
Foguete Space Launch System da Nasa, que levará missão Artemis I neste sábado (3)
Foto: Ben Smegelsky / NASA

O lançamento da missão espacial Artemis I rumo à Lua acontece neste sábado (3), após uma primeira tentativa mal sucedida na segunda-feira (29). Esta é uma importante etapa do novo programa da Nasa, que tem o propósito futuro de levar humanos novamente à superfície do satélite (o que não acontece desde 1972) e, eventualmente, estabelecer uma base em solo lunar.

Sem tripulantes, a Artemis I será lançada a partir do Centro Espacial Kennedy, no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Haverá uma janela de lançamento de duas horas, a partir das 15h17 (horário de Brasília). 

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Na segunda-feira, problemas técnicos adiaram o lançamento. Dois deles foram resolvidos ainda pela manhã: um vazamento de hidrogênio no mecanismo de desconexão rápida de uma linha que leva o material para o estágio central do foguete durante o abastecimento; e um problema com uma válvula de equalização de pressão, também no estágio central.

Mas o problema que causou o adiamento foi uma falha no resfriamento do motor nº 3 do estágio central, que não atingiu a temperatura necessária para o lançamento, de cerca de -215 ºC. O motor precisa ser resfriado para evitar choque térmico quando o combustível, em temperatura criogênica (-253 ºC), começar a circular por ele. Como forma de contornar o problema, a Nasa irá iniciar o resfriamento do motor mais cedo no cronograma de lançamento.

Missão vai testar recursos para empreitadas futuras

A Artemis I fará um voo de longa duração ao redor da Lua. Durante seu tempo no espaço, ela testará, por exemplo, a cápsula Orion, que deverá ser usada para futuras viagens tripuladas. Esta orbitará a Lua por seis dias, chegando a mais de 64 mil quilômetros além do lado distante do satélite.

Também será testado o escudo térmico da Orion, que deverá proteger a nave do calor sentido no momento da reentrada na atmosfera, assim como os procedimentos de resgate da tripulação e da nave após o pouso. Passarão por testes, ainda, os sistemas de comunicação e suporte de vida.

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Manequins ajudarão a testar possíveis efeitos em uma tripulação humana

Um boneco estará a bordo da missão para medir os efeitos da aceleração, radiação e vibração no corpo humano. Ele foi batizado de Capitão Moonikin Campos, em homenagem a Arturo Campos, engenheiro elétrico que foi peça-chave para trazer a missão Apollo 13 em segurança para a Terra, em 1970.

Também serão enviados dois torsos femininos, apelidados de Helga e Zohar, que devem ajudar a medir a eficácia do traje criado para proteger o corpo feminino da radiação espacial. Um deles estará vestindo o traje, e o outro, não. Assim, será possível comparar a diferença.

Será usado o foguete Space Launch System (SLS)

Considerado pela Nasa como o foguete mais poderoso já construído, com 111 metros de altura e 8,2 metros de diâmetro, o Space Launch System é capaz de lançar até 27 toneladas de carga em direção à Lua. No topo do SLS estará acoplada a espaçonave Orion, que pode abrigar seis pessoas por até 21 dias no espaço profundo.

Missão retornará à Terra após 38 dias

Em 11 de outubro, o módulo da tripulação da Orion entrará novamente na atmosfera terrestre. Durante a reentrada, o atrito com o ar será responsável por desacelerar a cápsula de 40 mil km/h para 480 km/h, o que pode gerar temperaturas de quase 2,8 mil °C na parte externa da nave.

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Depois, dentro da nossa atmosfera, serão utilizados paraquedas para novas reduções de velocidade, até que a Orion possa pousar a 32 km/h no Oceano Pacífico, em um local na costa de Baja, na Califórnia.

Depois da Artemis I, missões II e III acontecem em 2024 e 2025

Está previsto para maio de 2024 o lançamento da missão Artemis II, que deve levar três astronautas dos Estados Unidos e um do Canadá para uma viagem de dez dias ao redor da Lua. O pouso na superfície lunar só deve acontecer a partir de 2025, na missão Artemis III.

Além dessas, estão previstas ainda mais cinco missões. Entre os objetivos mais longínquos da Nasa está o estabelecimento de uma base na Lua, com uma equipe de astronautas.

É possível assistir ao lançamento da Artemis I ao vivo

Começa às 13h15 (horário de Brasília) a transmissão no canal de YouTube da Nasa. Será possível acompanhar desde os preparativos até o lançamento. Às 23h15 pode ter início a transmissão das primeiras imagens da Terra vistas a partir da espaçonave.

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* Com informações de Amanda Andrade

Fonte: Redação Byte
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