Uma nova descoberta da Nasa revela que o asteroide Bennu pode ser um fragmento de um planeta com oceano. Segundo análises da agência, a poeira do corpo celeste apresenta ingredientes originais que formaram nosso sistema solar, como a presença de nitrogênio, carbono e compostos orgânicos.
O principal indicativo de que o Bennu continha muita água é a descoberta inesperada da presença de fosfato de magnésio-sódio na amostra coletada no asteroide e trazida à Terra em setembro passado pela missão Osiris-Rex, da Nasa.
Dominada por minerais argilosos, como a serpentina, a amostra é semelhante ao tipo de rocha encontrado nas dorsais meso-oceânicas da Terra, onde o material do manto (a camada imediatamente abaixo da crosta terrestre) encontra a água.
A descoberta mais inesperada nas primeiras análises, contudo, é a presença de fosfatos solúveis em água, que são "blocos de construção" da vida tal como a conhecemos na Terra. Esses elementos também foram encontrados em grãos do asteroide Ryugu trazidos ao planeta em 2020 pela missão Hayabusa2, da agência espacial japonesa.
No entanto, mas o fosfato de magnésio-sódio detectado no Bennu se destaca pelo tamanho de seus grãos, inédito em qualquer amostra de meteorito.
"A presença e o estado dos fosfatos, juntamente com outros elementos e compostos no Bennu, sugerem a presença de água na história do asteroide", disse em comunicado Dante Lauretta, da Universidade do Arizona, em Tucson, primeiro coautor do artigo e responsável científico da missão Osiris-Rex.
"O Bennu pode potencialmente ter feito parte de um mundo mais úmido. No entanto, essa hipótese requer uma investigação mais aprofundada", acrescentou.
Missão
A nave espacial OSIRIS-REx foi lançada em 8 de setembro de 2016, viajou até o asteroide próximo à Terra Bennu e coletou uma amostra de rochas e poeira da superfície.
Esta foi a primeira missão dos EUA a coletar uma amostra de um asteroide.