Ativistas criam petição contra o banimento do TikTok nos EUA

A Fight for the Future chama a ofensiva contra o TikTok de xenofobia, e pede que legisladores norte-americanos foquem em banir práticas intrusivas de coleta de dados em todas as plataformas

3 mar 2023 - 13h16

A Fight for the Future (FFTF), uma organização de ativistas com foco em direitos digitais, lançou uma petição contra o banimento do TikTok nos Estados Unidos. Desde 2022, políticos norte-americanos começaram uma ofensiva para tentar banir o aplicativo no país e até jan.2023, mais da metade dos estados dos EUA já tinham proibido servidores de terem o TikTok em celulares funcionais.

Foto: Núcleo Jornalismo

"Assine a petição para dizer aos legisladores americanos: Não banam o TikTok! Para realmente nos proteger, aprove as leis de privacidade e antitruste para controlar a Big Tech e proteger a segurança e os direitos humanos de todos os usuários da Internet.", escreve a FFTF.

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Os ativistas afirmam que, apesar de a coleta de dados do TikTok ser preocupante, banir o aplicativo dos EUA reforçaria "narrativas xenofóbicas e silenciar milhões de pessoas que construíram uma comunidade no aplicativo e a usam para notícias, entretenimento, ativismo e comunidade".

"Políticos de 70 anos se importariam tanto se TikTok não fosse uma ferramenta organizadora tão poderosa para jovens ativistas que defendem coisas como direitos LGBTQ e controle de armas? Além disso, é profundamente irônico que nossos legisladores estejam tentando ser 'duros com a China', imitando a censura online agressiva do governo chinês", diz a FFTF.

MAS POR QUE BANIR O TIKTOK? Há a tese de que o TikTok seja um instrumento do Partido Comunista Chinês (PCCh) para coletar dados de cidadãos norte-americanos e/ou influenciar usuários com conteúdo pró-China, apesar de isso nunca ter sido provado.

Em dez.2022, um projeto de lei bi-partidário entre Democratas e Republicanos foi enviado ao Congresso propondo que empresas de mídias sociais controladas ou influenciadas por "países preocupantes" ficam proibidas de funcionar nos Estados Unidos. Esses países incluem a China, Rússia, Cuba e Coreia do Norte.

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O QUE DIZ O TIKTOK. A ByteDance, dona do aplicativo, nega que forneça dados para o PCCh. Mas em um esforço de transparência, a ByteDance criou o Projeto Texas em parceria com a empresa de nuvem Oracle, como sede no Texas.

Todo o tráfego de usuários norte-americanos passa por lá e o algoritmo de recomendação de conteúdo é revisado pela Oracle e outros parceiros, para poderem analisar e acionar o governo dos EUA caso vejam conteúdo ou atividade que julguem suspeitos.

Texto Sofia Schurig
Edição Laís Martins
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