Autenticidade de obra de Tarsila do Amaral é confirmada por novas tecnologias

Processo envolveu a realização de exames físico-químicos, como radiografia, espectrografia e escaneamento

20 ago 2024 - 15h43
(atualizado às 15h43)
Tecnologia inovadora possibilita desvendar autenticidade de obra
Tecnologia inovadora possibilita desvendar autenticidade de obra
Foto: Filipe Berndt/Divulgação

As dúvidas sobre a autenticidade de uma obra atribuída à pintora Tarsila do Amaral chegaram ao fim. Após diversos debates entre especialistas, uma perícia científica confirmou que a tela é autêntica.

Intitulada "Paisagem 1925", a pintura, datada de 1925, representa um dos períodos mais importantes da carreira de Tarsila, quando a artista produziu algumas de suas obras mais emblemáticas da fase Pau-Brasil.

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A autenticidade da tela havia sido questionada devido à sua ausência no catálogo raisonné da pintora, documento que reúne suas produções mais conhecidas. No entanto, a ausência em catálogos anteriores não é, necessariamente, prova de falsidade, como ocorreu com Candido Portinari, cujo catálogo foi atualizado após a descoberta de cerca de 400 novas obras.

Novo método aposta na ciência e tecnologia

Antes, a autenticidade de uma pintura era determinada com base em análises subjetivas realizadas por especialistas. Agora, um novo método foi adotado, integrando elementos científicos e jurídicos no processo de certificação.

Esse novo processo envolve a realização de exames físico-químicos, como radiografia, espectrografia e escaneamento, em conjunto com análises estéticas que respeitam as concepções originais dos artistas. A certificação contou com a colaboração de instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e o Laboratório Móvel de Análises de Obras de Arte do Instituto Federal do Rio de Janeiro, ligado à Universidade Federal Fluminense (UFF).

Paisagem 1925

A obra pertence a Moisés Mikhael Abou Jnaid, descendente de libaneses e brasileiro por dupla nacionalidade. Segundo o proprietário, a tela foi um presente dado por seu avô, Mikael Mehlem Abouij Naid, à sua avó Beatriz Maluf, como um símbolo de comemoração do casamento.

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A pintura permaneceu no Brasil até 1976, quando a família retornou ao Líbano. Somente em dezembro de 2023, a obra retornou definitivamente ao território brasileiro. 

Fonte: Redação Byte
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