Uma barata sem asas e que se alimenta de madeira, que acreditava-se estar extinta desde a década de 1930 e é exclusiva da ilha de Lord Howe, na Austrália, foi redescoberta por um estudante de biologia da Universidade de Sydney (US). Uma pesquisa em parceria com o Departamento de Planejamento e Meio Ambiente de NSW e o Lord Howe Island Museum descreveu o achados.
O estudante de honras do professor Nathan Lo na Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Sydney, Maxim Adams, conta que ficou em choque com a descoberta da Panesthia lata — nome científico do inseto.
“Nos primeiros 10 segundos ou mais, eu pensei: 'não, não pode ser'”, disse em um comunicado.
A barata sem asas tem de 22 a 40 milímetros de comprimento, com uma cor metálica que varia de avermelhada a preta.
Eles carregam micro-organismos em seu sistema que ajudam a digerir a celulose na madeira. As fêmeas dão à luz a bebês que ficam em grupos familiares com os adultos.
“Encontramos famílias deles, todos sob um banyan [um tipo de árvore]", disse o cientista Nicholas Carlile, do Departamento de Planejamento e Meio Ambiente (DPE) de NSW, que estava com Adams explorando o local, uma praia isolada de areia branca acessível apenas a pé ou a nado.
Segundo Carlile, o grupo de estudos procurou por mais insetos em outras árvores por toda a região, mas não acharam nada.
Importantes para o ecossistema
A Austrália abriga 11 espécies de baratas de madeira Panesthia, insetos escavadores que vivem dentro e se alimentam de troncos podres em florestas tropicais e florestas abertas no litoral norte e leste do país.
Embora esses insetos possam ser não muito agradáveis para os humanos, as baratas desempenham um papel crucial no ecossistema da ilha, reciclando nutrientes, acelerando a decomposição de toras e servindo como fonte de alimento para outros organismos.
Por isso, especialistas estavam estudando a possibilidade de reintroduzir insetos de outras regiões próximas para ilha principal — a boa notícia é que agora eles não precisam mais.