De tempos em tempos, os padrões de consumo se alteram consideravelmente. É possível ver essas mudanças nos resultados da 35ª Pesquisa Anual Uso de TI nas Empresas do FGVcia (Fundação Getúlio Vargas), apresentada nesta quarta-feira (26).
De acordo com o estudo, existem 480 milhões de dispositivos digitais (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso no Brasil, seja no ambiente corporativo ou doméstico. Isso significa 2,2 dispositivos digitais por habitante.
O país também já atingiu a marca de um computador por habitante, ou seja, são 222 milhões de computadores (desktop, notebook e tablet) em uso no Brasil, o que representa 102% per capita.
A pesquisa fornece uma mostra do processo de transformação digital de empresas e também da sociedade. Os resultados retratam o cenário atual e as tendências a partir de 50 indicadores e 30 tipos de software.
Um dado inédito da pesquisa, sobre inteligência artificial (IA), pontua que o ChatGPT da OpenAI, Google Gemini e Microsoft Copilot, são, nessa ordem, as ferramentas mais utilizadas para chatbot, machine learning e reconhecimento biométrico.
Somente em 2023, foram vendidas 12 milhões de unidades de computadores. Mesmo em queda em relação ao ano anterior (-3%), certamente, esse número ainda é influenciado pelo novo modo de estudo e trabalho híbrido, que desde a pandemia entrou na rotina de muitos e ainda se mantém.
Mais números
Outros dados da pesquisa mostram que o país tem 1,2 smartphone por habitante. São 258 milhões de aparelhos até maio de 2024. Somados os notebooks e tablets, o número pula para 384 milhões de dispositivos portáteis, ou seja, 1,8 dispositivo portátil por habitante.
Quando se trata de empresas, a pesquisa aponta que os gastos e investimentos em TI continuam crescentes, registrando 9,4% da receita das empresas. Ainda, em relação à software, a Microsoft continua na liderança das categorias no usuário final, muitas com mais de 90% do uso.
Em média, 45% do processamento nas empresas está na nuvem.
O domínio do smartphone
Para o coordenador da pesquisa do FGVcia, o professor Fernando S. Meirelles, é importante destacar o crescimento do domínio do smartphone em aplicações e classes de usuários.
“Avança o modelo que combina as vantagens do presencial com o remoto (educação blended e trabalho híbrido) em soluções que integram e potencializam a capacidade humana (física) com a digital”, disse, em comunicado à imprensa.
Ele também ressalta que os principais projetos da TI continuam sendo Inteligência Artificial integrada com Inteligência Analítica (Analytics), transformação digital e implementação do novo ERP.
Tudo isso sem que as empresas percam de vista o desenvolvimento de programas e projetos voltados para segurança, governança, IoT, nuvem, busca e retenção de talentos de TI, e sempre tomando as práticas ESG (Environment, Social and Governance) em suas estratégias.
Outro destaque da pesquisa é a previsão de crescimento gastos e investimentos nos bancos, que podem atingir cerca de 56 bilhões de reais no período 2025/26.