Cães menos agressivos têm 73% de chance de terem donas mulheres, diz estudo

De acordo com novo estudo da USP, agressividade dos cachorros está relacionada com brincadeiras, passeios, gênero do dono e do cão e traços

26 jan 2023 - 17h31
Cachorras fêmeas tendem a ser menos agressivas que os machos, segundo o estudo
Cachorras fêmeas tendem a ser menos agressivas que os machos, segundo o estudo
Foto: Pixabay

Uma pesquisa com 665 cães domésticos no Brasil mostrou que outros fatores, além da raça, podem ter influências mais fortes no comportamento do animal quando ele está sendo agressivo — e um deles pode ser o ambiente em que o cachorro está inserido.

De acordo com estudos anteriores, a agressividade canina é "a tendência de um cão de agir de forma ameaçadora, com algemas e cauda levantadas, dentes descobertos, postura corporal elevada, rosnar e agir agressivamente, atacando ou mordendo".

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Ainda que algumas raças de cães tenham pior fama quando o assunto é agressividade, veterinários e outros especialistas têm julgado ineficaz proibir raças inteiras de circularem nas ruas, preferindo alternativas calcadas na educação pública e em leis mais rígidas para coleiras, segundo estudo da revista científica MDPI.

O novo trabalho em questão, realizado na Universidade de São Paulo (USP), mostra que o comportamento de um cachorro emerge da interação entre o animal e seu contexto, pelo o que afirmou a etóloga Briseida de Resende, que participou das investigações. 

"O ambiente e a relação dono-animal de estimação, bem como a morfologia, são fatores que influenciam a forma como os animais de estimação interagem conosco e como interagimos com eles", disse ela.

Tendências para o comportamento agressivo

Não levar o cãozinho para passear e nem brincar com ele também pode deixá-lo irritado
Foto: Pixabay

Para chegar ao resultado, a equipe de pesquisadores, na qual está inserido Flavio Ayrosa, utilizou uma série de questionários que foram submetidos a donos dos animais. A partir das respostas, várias associações puderam ser feitas.

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A primeira informação foi a de que cachorros que possuem donos que brincam com eles e os levam para passear tendem a ser menos agressivos, tanto com os donos quanto com estranhos. O quanto eles eram treinados também contou nas avaliações. Mas isso era um tanto quanto esperado. 

A segunda descoberta do estudo foi ainda mais surpreendente: os cães que não eram agressivos tiveram 73% mais chances de ter donas mulheres. E o sexo dos animais também influenciou, porque quando fêmeas, houve 40% menos chance de agirem com agressividade. 

Traços físicos também contaram no índice de agressividade dos peludos. Os que têm focinhos curtos, das raças braquicefálicas, foram 79% mais propensos a apresentarem atitudes agressivas. Além disso, quanto menores eram os animaizinhos, mais tinham comportamentos indesejáveis como busca de atenção e hiperatividade. 

Segundo Ayrosa, embora ninguém deseje que os próprios bichos sejam agressivos, muitas vezes essa é uma resposta quando eles se sentem preocupados, estressados, ameaçados ou até mesmo com dor.

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"Em vez de determinar a agressão a um único fator comum às espécies ou raças específicas, nossos resultados reforçam como o comportamento individual, combinado com a genética, fisiologia, experiências de vida e contextos ambientais únicos dos cães, interage ao longo do desenvolvimento para produzir os padrões de expressão observados", argumentou o pesquisador. 

Fonte: Redação Byte
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