O primeiro semestre de 2014 viu um novo campo de batalha na tecnologia. Depois dos PCs, celulares e sistemas, a briga agora é pelo mercado de ecossistema com Microsoft, Apple e Google disputando espaço entre o gosto dos usuários com novas ferramentas que buscam integrar celular, computador e tablets a bens do cotidiano, como TVs, carros e até a própria casa.
Quem deu o primeiro passo da disputa foi a Microsoft. Em abril, a companhia de Bill Gates apresentou a nova versão do sistema operacional para celulares, o Windows Phone 8.1, durante o evento para desenvolvedores da Microsoft, o Build. O lançamento também foi o “batismo de fogo” do novo presidente-executivo da companhia americana, Satya Nadella.
A principal novidade do Windows Phone 8.1 foi a assistente pessoal Cortana. Baseada em um personagem do jogo Halo, do Xbox, a nova assistente foi apresentada como ferramenta mais inteligente que as atuais existentes no mercado (Google Now e Siri da Apple), pois aprende com o gosto do usuário ao integrar as buscas no Bing, ao fazer ligações, enviar mensagens, agendar lembretes, ler notícias, responder questões e tocar músicas e vídeos. Além disso, a Microsoft também atualizou o Windows 8.1 para PCs, com melhorias para aplicações, gerenciamento corporativo e personalização mais simples da tela.
A Apple já havia lançado em março uma atualização do iOS 7.1 com o Car Play. Entre as vantagens do aplicativo de carros está a utilização do controle de voz com a assistente pessoal Siri, sistema touchscreen e o uso dos controles dos carros, para mostrar caminhos nos mapas, mensagens de textos, e-mails, atendendo ligações ou escutando músicas no iTunes ou Spotify. Mas a grande novidade da empresa fundada por Steve Jobs viria dois meses depois.
A companhia apresentou o iOS 8 e o Mac OS X Yosemite em junho, durante a 25ª edição da conferência Worldwide Developers Conference (WWDC). Com o atual presidente-executivo da Apple, Tim Cook, e o vice-presidente de engenharia de software, Craig Federighi, a empresa apresentou os dois sistemas com os aplicativos Heatlh, para a saúde e o Homekit, para automação de casas. Assim como melhorias para a Siri e para o leitor biométrico Touch ID, além de possibilidade para fazer chamadas ou enviar torpedos SMS diretamente do computador com o novo MAC OS X Yosemite.
Ainda em junho, o Google apresentou as novidades da empresa para seus desenvolvedores no evento Google I/O. A principal é o novo sistema para celulares e tablets, o Android L. O sistema terá suporte a aparelhos com processadores de 64 bits, podendo rodar ter um softwares mais potentes. A gigante da tecnologia ainda revelou a resposta ao Car Play, o Android Auto que consegue interagir com o Google Now via comando de voz para usar a navegação em mapas, enviar mensagens e trocar de faixa musical, por exemplo.
Outra grande novidade do Google foi o lançamento da Android TV, que será usado em Smart TVs para assistir filmes, programas de TV e jogar games controlando a televisão pelo smartphone ou tablet. O Android Fit foi outra resposta do Google à Apple, uma nova interface que sincroniza os dados de saúde e bem-estar para os usuários terem uma visão completa de todos os seus dados, como batimentos cardíacos, passos contados, dieta, entre outros.
A empresa fundada por Sergey Brin e Larry Page ainda aposta em formatos já existentes no mercado, como o Chromecast que permitirá ao usuário conectar à TV no modo convidado e fará poderá reproduzir o celular na tela da TV com o “Cast Screen”. E o laptop Chromebook que terá como função unificar a experiência do Android com Chrome OS, o sistema utilizado nos computadores portáteis, com novos apps (Evernote, Vine e Flipboard) e com as notificações dos celulares com Google Now sendo recebidas também no PC.
Expectativas 2º semestre
A disputa pelos ecossistemas deve continuar no próximo semestre. Embora os wearables devem entrar mais forte no mercado, com os primeiros relógios já chancelados pela marca Android Wear (LG G Watch, Samsung Gear Live e Moto 360), os smartphones ainda devem ser o principal cenário de briga entre as três companhias.
O carro-chefe da disputa já foi escolhido, com a Siri da Apple enfrentando o Google Now e a Cortana da Microsoft. Com os três sistemas de assistência pessoal disputando para ver quem agrada mais o usuário.
Sem dúvida, o divisor de águas poderá ser o aguardado lançamento do iPhone 6. Nele, a Apple deverá colocar todas as novidades apresentadas no WWDC deste ano e começar um processo de maior integração entre o usuário e suas principais plataformas.
No entanto, o Google ainda deve continuar na liderança. Mesmo com nenhum grande lançamento no horizonte, a empresa deve se basear no crescimento de usuários do Android no mundo, por meio de celulares mais baratos para o público emergente. Tanto que a companhia lançou o projeto Android One, para levar os smartphones aos mercados econômicos em desenvolvimento.
Conforme recente análise da Gartner, o Android deve manter 30% da fatia do mercado. Com o Windows Phone aparecendo em segundo e o iOS em terceiro. A Microsoft deve se basear em uma relação mais estreita com a Nokia, após completar a fusão da divisão móvel da companhia finlandesa com a gigante do software americana. Podemos esperar não apenas novos celulares, mas novas soluções para integrar usuários de PCs, smartphones e do console Xbox.
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