O governo chinês anunciou na sexta-feira (19) um conjunto de medidas para controlar o aumento da produção de veículos elétricos no país. A decisão surge como uma resposta a pressões enfrentadas por parte de países ocidentais, conforme reportado pelo jornal Financial Times.
O vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação, Xin Guobin, destacou em coletiva de imprensa a necessidade de se evitar o crescimento "cego" e descontrolado de projetos no setor de veículos elétricos.
Ele mencionou a existência de práticas de concorrência que precisam ser contidas para assegurar um desenvolvimento equilibrado da indústria.
Além disso, o vice-ministro criticou o que chamou de "comportamentos protecionistas" adotados por nações estrangeiras e o "abuso" de mecanismos de disputa comercial.
Essas declarações reiteram críticas anteriores de Pequim em relação às restrições e investigações impostas contra os veículos elétricos chineses, especialmente por parte da União Europeia.
A tensão entre a China e países ocidentais, principalmente na União Europeia, tem se agravado nos últimos meses.
Em setembro, a UE iniciou uma investigação contra a indústria de veículos elétricos da China, alimentando a preocupação de que as empresas chinesas possam representar uma ameaça significativa para os fabricantes europeus, especialmente os alemães, franceses e italianos.
O Financial Times aponta que as empresas europeias temem um cenário semelhante ao vivenciado em outros setores industriais, como o aço, alumínio e painéis solares, nos quais a China conseguiu estabelecer uma forte presença no mercado global.
A preocupação é que a China esteja construindo mais fábricas de veículos elétricos do que o necessário para atender à demanda interna, visando um domínio similar no mercado internacional.