Costa Rica: mistério sobre veneno da cobra coral é revelado

Especialistas esperam que descobertas ajudem a fazer avanços nos estudos sobre epilepsia, esquizofrenia e dor crônica

9 fev 2015 - 19h36
(atualizado às 20h29)
Estudo foi publicado nesta segunda-feira, nos Anais da Academia Nacional de Ciências, uma revista americana
Estudo foi publicado nesta segunda-feira, nos Anais da Academia Nacional de Ciências, uma revista americana
Foto: EFE

Cientistas desvendaram o mistério de como o veneno da cobra coral costa-riquenha causa convulsões em suas vítimas, uma descoberta que pode impulsionar pesquisas sobre esquizofrenia, epilepsia e dor crônica.

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O veneno inclui um par de proteínas chamadas micotoxinas (MmTX), que se acoplam aos poros nas células nervosas do cérebro e da medula espinhal, conhecidas como receptores GABA(A). Isto resulta em convulsões potencialmente mortais.

O estudo foi publicado nesta segunda-feira, nos Anais da Academia Nacional de Ciências, uma revista americana.

"O que encontramos são as primeiras toxinas animais das que temos notícia", disse Frank Bosmans, professor assistente de fisiologia e neurociência da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins. "De longe, é o composto mais poderoso que ataca os receptores GABA(A)".

"Assim que aderem aos receptores, não os deixam", prosseguiu.

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Descobriu-se que as MmTX se une aos receptores GABA(A) mais firmemente que qualquer outro composto conhecido.

Quando isto ocorre, o poro do receptor se abre permanentemente e a célula nervosa não consegue se restabelecer e acaba falhando.

Os especialistas esperam que estas descobertas ajudem a fazer avanços nos estudos sobre epilepsia, esquizofrenia e dor crônica, causados precisamente por falhas nos receptores GABA(A).

"Os medicamentos para combater a ansiedade, como o diazepam e o alprazolam, também aderem nos receptores GABA(A), mas causam relaxamento no lugar de convulsões porque o fazem com mais folga", disse Bosmans.

O estudo foi financiado pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica da França.

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