As preguiças de três dedos tem um desenho abdominal único: suas vísceras são fixadas nas costelas inferiores de forma a impedir que sejam espremidas contra os pulmões enquanto ficam penduradas de cabeça para baixo, revelou um estudo publicado esta quarta-feira.
Endêmica na América do Sul e Central, a preguiça passa grande parte da vida pendurada pelas patas traseiras para alcançar as folhas jovens e tenras que crescem na ponta dos galhos.
Com seu metabolismo lento, a preguiça pode demorar um mês para digerir uma única folha e o animal é capaz de armazenar um terço de seu peso corporal em urina e fezes, que ela excreta cerca de uma vez por semana.
"Isto significa que o estômago e o intestino compõem uma parte considerável de sua massa corporal", disse Rebecca Cliffe, do Laboratório Swansea de Movimentação Animal em Gales, co-autor do estudo no Biology Letters, periódico da Royal Society.
"Com sua fonte de energia limitada, seria energeticamente muito custoso, se não impossível, para a preguiça respirar enquanto permanece de cabeça para baixo", afirmou à AFP.
Cliffe e uma equipe de pesquisas disseram acreditar ter resolvido o mistério: muitas aderências únicas no abdômen ancoram órgãos como fígado, estômago e rins, evitando que pressionem o diafragma enquanto o animal está em posição invertida.
"Estas aderências aparentemente inócuas provavelmente são importantes para a provisão de energia e a sobrevivência do animal", destacou o estudo.
Segundo Cliffe, elas poderiam reduzir em 13% o gasto de energia da preguiça.