Estômago da preguiça é projetado para ficar de cabeça para baixo

22 abr 2014 - 20h50

As preguiças de três dedos tem um desenho abdominal único: suas vísceras são fixadas nas costelas inferiores de forma a impedir que sejam espremidas contra os pulmões enquanto ficam penduradas de cabeça para baixo, revelou um estudo publicado esta quarta-feira.

Endêmica na América do Sul e Central, a preguiça passa grande parte da vida pendurada pelas patas traseiras para alcançar as folhas jovens e tenras que crescem na ponta dos galhos.

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Com seu metabolismo lento, a preguiça pode demorar um mês para digerir uma única folha e o animal é capaz de armazenar um terço de seu peso corporal em urina e fezes, que ela excreta cerca de uma vez por semana.

"Isto significa que o estômago e o intestino compõem uma parte considerável de sua massa corporal", disse Rebecca Cliffe, do Laboratório Swansea de Movimentação Animal em Gales, co-autor do estudo no Biology Letters, periódico da Royal Society.

"Com sua fonte de energia limitada, seria energeticamente muito custoso, se não impossível, para a preguiça respirar enquanto permanece de cabeça para baixo", afirmou à AFP.

Cliffe e uma equipe de pesquisas disseram acreditar ter resolvido o mistério: muitas aderências únicas no abdômen ancoram órgãos como fígado, estômago e rins, evitando que pressionem o diafragma enquanto o animal está em posição invertida.

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"Estas aderências aparentemente inócuas provavelmente são importantes para a provisão de energia e a sobrevivência do animal", destacou o estudo.

Segundo Cliffe, elas poderiam reduzir em 13% o gasto de energia da preguiça.

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