Flagrante de orangotango em árvore para colher figo vence prêmio de foto de vida selvagem

19 out 2016 - 15h47
(atualizado às 16h12)
Entwined Lives (Vidas Entrelaçadas), feita com uma câmera GoPro, integra uma sequencia realizada ao longo de dias
Entwined Lives (Vidas Entrelaçadas), feita com uma câmera GoPro, integra uma sequencia realizada ao longo de dias
Foto: Tim Laman

Tudo por um figo. O flagrante de um orangotango escalando uma árvore altíssima em busca de figos ganhou o Wildlife Photographer of the Year (melhor foto de Vida Selvagem do ano).

Para registrar esse momento, o americano Tim Laman usou uma câmera com controle remoto instalada na copa de uma árvore no Parque Nacional Gunung Palung, um santuário de vida selvagem na ilha de Bornéu, na Indonésia.

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Claro que o fotojornalista e biólogo antes teve que subir para instalar o equipamento. E a coragem e ousadia de Laman foram premiadas.

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"É uma foto difícil de fazer," disse o presidente do júri, Lewis Blackwell.

"A foto de vida selvagem que ganha o prêmio geralmente tem um alto grau de dificuldade técnica, m

as também algo a dizer. A imagem que Tim Laman fez sem dúvida tem essas qualidades."

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A história por trás do flagrante também fica evidente nas seis fotos que o americano inscreveu - e também venceu - em outra categoria do prêmio, a de fotojornalista de vida selvagem

A sequência revela a luta deste grande primata asiático para sobreviver em um habitat atingido por queimadas.

No ano passado, grandes áreas de floresta nas ilhas de Bornéu e Sumatra foram destruídas por incêndios. O fenômeno climático El Niño também agravou a seca na região.

Conservacionistas tiveram que fazer operações de resgate para salvar filhotes e orangotangos nas áreas de risco.

Entwined Lives (Vidas Entrelaçadas), feita com uma câmera GoPro, foi a foto da sequência de Laman escolhida para receber o Wildlife Photographer of the Year.

O prêmio juvenil foi dado ao britânico Gideon Knight, de 16 anos. A foto de um corvo pousado numa árvore, em contraluz com o luar, foi registrada no Valentines Park, em Londres.

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"O tema não é novo, mas a foto tem frescor e é esteticamente encantadora," disse Blackwell.

"Não sei o quanto Gideon estudou arte, mas ele tem um senso de composição e referência artística excelente para alguém tão jovem."

O presidente do júri lembrou que a foto, batizada The Moon and the Crow (A Lua e o Corvo), é outra perspectiva da vida selvagem existente nas cidades.

Esta foto foi a vencedora na categoria Urbana e se chama The alley cat (O gato no beco). O flagrante do indiano Nayan Khanolkar foi obtido em um subúrbio de Mumbai, vizinho ao Parque Nacional Sanjay Gandhi.

Ali é comum ver leopardos vagando à noite pelas ruas e o encontro com os humanos sempre é tenso.

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Khanolkar demorou quatro meses para conseguir fazer a foto. Ele usou um flash suave de modo a iluminar o animal e não alterar a atmosfera do beco.

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"O que temos visto é uma importante cobertura do que a vida nas cidades significa para o mundo natural, no sentido de que convivemos com diferentes espécies animais", considerou o júri do prêmio.

Esta paisagem industrial vem da Espanha. A refinaria de petróleo está sempre iluminada e a fotografia sugere poluição sonora e do ar.

Olhando mais atentamente, no entanto, é possível ver no alto de uma torre de alta tensão o ninho de uma cegonha. Um outro ninho aparece na parte inferior esquerda da foto.

Refinery Refuge (Refinaria Abrigo), de Juan Jesús González Ahumada, foi finalista na categoria Urbana.

A raposa é um personagem clássico na fotografia de vida selvagem urbana.

Nosy Neighbour (Vizinho Curioso), de Sam Hobson, foi tirada em Bristol, no Reino Unido. Ele passou semanas para conquistar a confiança de uma família de raposas e se aproximar.

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O flagrante, finalista na categoria Urbana, mostra uma raposa curiosa debruçada em um muro ao anoitecer.

O prêmio Wildlife Photographer of the Year foi criado em 1965 pela BBC Wildlife Magazine. Na época, o concurso era apenas para fotos de animais, mas ao longo dos anos incluiu outras categorias, como paisagens.

As fotos vencedoras e finalistas poderão ser vistas a partir de 21 de outubro, no Museu de História Natural, em Londres.

Angel Fitor batizou esta foto de The dying of the light (A morte da luz).

Vencedora na categoria Invertebrados, a imagem mostra uma água-viva do tipo barril na lagoa salgada conhecida como Mar Menor, no sudeste da Espanha.

O fotógrafo demorou três anos se preparando para o flagrante.

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Wind Composition (Composição do Vento) é uma foto de amentilhos de avelã. Valter Binotto capturou a imagem no norte da Itália e levou o WPY na categoria Plantas.

A avelaneira tem flores femininas e masculinas, mas apenas as masculinas ocorrem em amentilhos, uma espécie de espiga. Cada amentilho tem 240 flores. As flores femininas ocorrem isoladamente, no formato de cone.

A imagem de Paul Hilton é chocante.

The Pangolin Pit (A Cova do Pangolim) foi a vencedora na categoria Imagem Única. A foto mostra um carregamento de 4.000 pangolins congelados, que seria contrabandeado da ilha de Sumatra para os mercados da China e do Vietnã.

O pangolim é um mamífero que vive em zonas tropicais da Ásia e da África, e é considerado um dos mamíferos mais traficados do mundo. A carne do animal é tida como iguaria em países como China e Vietnã, e as escamas teriam propriedades medicinais.

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