PR: família trava batalha na Justiça para manter tigres em casa

7 out 2013 - 18h48
(atualizado em 1/10/2013 às 10h06)

Dan e Tom se comportam de forma similar à maioria dos gatos domésticos. Saltam em cima das mesas, tomam leite em mamadeiras. Também gostam de passear dentro de um carro. Porém, ao contrário de outros animais de estimação, eles pesam mais de 315 quilos e são tigres-de-bengala. Os animais vivem na casa de Ary Borges e sua mulher, e dividem os mesmos espaços que as três filhas do casal, além de dois leões, um macaco e um cachorro chihuahua. Agora, a família de Maringá (PR) está travando uma batalha judicial para poder continuar com oito felinos em casa.

"Infelizmente, há muitos animais que morrem em zoológicos sem nenhuma fiscalização. Meus animais são tratados muito bem, estamos preservando e conservando as espécies", afirmou Borges. "Temos uma grande equipe de veterinários. Damos apenas o melhor, mas estamos sendo perseguidos", disse ele.

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Embora ele tenha uma licença para permanecer com os animais em casa, as autoridades brasileiras dizem que os tigres-de-bengala não devem ser domesticados e representam um risco para os moradores da cidade. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) quer que os tigres sejam submetidos a vasectomia (para impedir a reprodução) e ainda quer que a licença seja confiscada.

Borges diz que tudo começou em 2005, quando resgatou os dois tigres que sofriam maus-tratos em um circo da região. Ele defende o direito de criar os animais e diz que lhes deu uma vida muito melhor do que poderia ter sido proporcionada em qualquer outra parte do Brasil. A família argumenta ainda que os tigres nunca atacaram ninguém e que não há riscos de fugas.

A filha de Ary, Nayara Borges, 20 anos, cresceu com um filhote de tigre dormindo em sua cama, até que o animal se tornou muito grande. Ela diz que os felinos seriam maltratados se retirados da casa,  e que "nossa família iria entrar em uma depressão grave."

Sua irmã Uyara, 23 anos, defende que os gatos são da família, depois de passar tantos anos com os Borges. "No início, nós estávamos com medo deles, mas com o passar do tempo, alimentando, dando banho e água, nós começamos a nos apaixonar por eles", diz Uyara. "Nunca pensei que poderia viver com esses animais ferozes." Ela confia tanto nos tigres que permite que sua filha de 2 anos sente em cima dos felinos.

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Especialistas, no entanto, questionam os esforços da família Borges de manter os animais e de domesticá-los. "É uma loucura", disse Patty Finch, diretor-executivo da Federação de Santuários de Animais, com sede em Washington, nos EUA. "É uma situação muito perigosa, especialmente se houver crianças por perto: elas facilmente podem desencadear o instinto de caça de um tigre."

"Você vai ver, as pessoas às vezes têm sorte por um tempo, mas mais cedo ou mais tarde, um acidente vai acontecer. Você nunca sabe o que vai definir esses animais fora porque eles são selvagens", emendou o especialista. Em vez de promover o bem-estar do animal, Finch disse que a família brasileira tem feito o contrário. "Criação em cativeiro não ajuda a conservar os tigres."

Para pagar o custo mensal de manutenção dos animais, Ary Borges aluga os tigres para filmes e comerciais, cobrando R$ 9 mil por dia.

Fonte: Informações da AP
Fonte: Terra
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