Ativista brasileira do Greenpeace é a primeira a deixar a prisão na Rússia

20 nov 2013 - 14h56

A primeira ativista do Greenpeace, a brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, deixou a prisão nesta quarta-feira após a justiça russa decidir por sua libertação sob fiança, assim como para 18 outros ativistas que ainda esperam serem soltos.

"Ana Paula Maciel deixou a prisão! Ela está livre!", escreveu o Greenpeace em sua conta no Twitter, em referência a bióloga, membro da tripulação a bordo do navio Arctic Sunrise, que foi detida em setembro junto a outros 29 ativistas durante uma ação numa plataforma de petróleo no Ártico.

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Desde o início das audiências na segunda-feira em São Petersburgo, para onde os 30 ativistas do navio foram recentemente transferidos depois de permanecerem inicialmente detidos em Murmansk, porto russo no Mar de Barents, a Justiça decidiu libertar um total de 19 ativistas, incluindo a bióloga brasileira.

Nesta quarta-feira a justiça decidiu pela libertação do capitão do navio Artic Sunrise, o americano Peter Willcox, da dinamarquesa Anne Mie Roer Jensen, dos holandeses Faïza Oulahsen e Mannes Ubels e os britânicos Alexandra Harris e Kieron Bryan após o pagamento da fiança, fixada em dois milhões de rublos (45.000 euros, quase 140.000 reais).

Apenas o australiano Colin Russel teve a sua detenção prorrogada até 24 de fevereiro no primeiro dia de audiências.

Durante a audiência, Faiza Oulahsen, que escreveu na palma de sua mão "Salvemos o Ártico", agradeceu em um vídeo a todos que a apoiaram, assim como os outros 29 membros da tripulação do Arctic Sunrise.

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Mesmo após a decisão da justiça, ainda não se sabe o que acontecerá com os ativistas.

Segundo a legislação russa, eles poderiam ser mantidos em prisão domiciliar, por exemplo em um hotel.

É pouco provável que eles possam deixar a Rússia.

"Não temos ideia das condições nas quais vão viver nossos amigos quando forem libertados, se eles permanecerão em prisão domiciliar ou se terão o direito de sair", indicou Kumi Naidoo, diretor executivo da organização.

"não podemos esquecer que as acusações não foram retiradas e que eles ainda correm o risco de serem condenados à prisão", acrescentou.

Advogados do Greenpeace disseram que resta resolver algumas "questões burocráticas", e que os ativistas não devem ser libertados antes do fim de semana.

Os 30 membros da tripulação do Arctic Sunrise foram detidos no dia 19 de setembro pelas autoridades russas quando tentavam escalar uma plataforma de petróleo no mar de Barents para denunciar os riscos ambientais.

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Eles devem responder às acusações de pirataria e de vandalismo, pelas quais podem ser condenados, respectivamente, a 15 e sete anos de prisão.

O Tribunal Internacional do Direito Marítimo, com sede em Hamburgo, na Alemanha, vai proferir a sua decisão sobre o caso em 22 de novembro. Essa jurisdição da ONU, competente para resolver disputas marítimas, foi acionada pela Holanda.

O tratamento reservado ao australiano Colin Russell, um técnico de rádio, também levantou muitas perguntas.

O embaixador australiano na Rússia, Paul Myler, disse em sua conta no Twitter que estava indo para o ministério das Relações Exteriores em Moscou para pedir explicações.

"Nós não entendemos por que um técnico de rádio é tratado de forma diferente do resto da tripulação", escreveu.

Durante o anúncio da última libertação sob fiança, a dinamarquesa Anne Mie Roer Jensen exibiu um pedaço de papel no qual estava escrito "Free Colin".

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No início do dia, Faiza Oulahsen, que escreveu na palma de sua mão "Salvemos o Ártico", agradeceu em um vídeo a todos que a apoiaram, assim como os outros 29 membros da tripulação do Arctic Sunrise.

"A todos aqueles que clamaram por nossa libertação, muito obrigada, vocês nos deram esperança, nos deram força", declarou.

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